Geraldo da Silva, o
Uray, era natural de Campinas, município de Queimadas-PB. Uray veio muito jovem
para Campina Grande juntamente com seus familiares. Tão jovem ao ponto de ser
considerado um filho da terra. Foi um dos melhores
zagueiros do futebol paraibano. Iniciou sua carreira de futebol no extinto
Paulistano, em 1940, depois em 1950 foi para o Treze, onde conquistou seu único
título de campeão. Uray integrou a seleção paraibana por três oportunidades em 1950,
1953 e 1956.
Em 1950, após ter
conquistado o título paraibano pelo Treze, teve seu passe vendido ao Madureira
do Rio de Janeiro. Lá jogou durante um ano e retornou para o Treze. Depois
atuou em várias equipes nordestinas, entre as quais, Fortaleza, América e Ibis
de Recife, encerrando a carreira em 1959.
Depois que se aposentou Treinou as equipes de base do Treze, do Embirense doEstudantes e foi diretor de alguns clubes sociais de Campina Grande o Paulistano e o Ipiranga.
Uray virou lenda, pois
contavam muitas histórias (ou estórias) suas. A mais famosa delas era a da
"atrasada de Uray" (leia o texto de Itan Pereira), onde o repórter
perguntando ao goleiro do Treze qual teria sido sua maior defesa, ele disse que
tinha sido uma atrasada de Uray.
Casado com Maria da Guia Oliveira, ele teve 6 filhos, entre eles Emerson Oliveira, cantor e compositor campinense. Uray morreu aos 76 anos de idade, vítima de insuficiência respiratória.
A Rua das Imbiras
POR: Humberto de Campos
POR: Humberto de Campos
Sempre que venho do centro da cidade, após uma
passada na Telavídeo para alugar algum CD com filmes antigos, tipo Um Certo
Capitão Lockhart, O Grande Gatsby, Hombre, Harry e Sally Feitos um Para o
Outro, Afundem o Bismark ou O Homem Que Matou o Facínora, mesmo nesses tempos
brabos de jejum e abstinência (não por causa da Semana Santa e sim por algumas
taxas que insistem em passar do limite), meu itinerário inclui a famosa Rua das
Imbiras, onde morava o nego Uray.
Uray já cruzou o Rio Estige na sua longa viagem sem
volta, mas nem o nego Émerson, seu filho, que Uray dizia ser "um
artista", eu encontro mais, nem aquele antigo goleiro do Imbirense que
levou um tiro no rosto e ficou cego para o resto da vida. As Imbiras, a
"favela de gravata" como a chamava o Nego Cipa, parece ser hoje uma
cidade fantasma para mim.
Estive relendo um artigo de Virgílio Trindade sobre
Uray, esta semana, o que me provocou velhas recordações do saudoso amigo.
Virgílio diz que não conheceu Uray jogando para valer, sendo apresentado a ele
por ocasião da inauguração do gramado do Estádio Zé Cavalcante, "ocasião
em que foi disputada uma preliminar de veteranos da qual ele participou".
Uray, segundo Virgílio, jogou no "Botafogo de
Inocêncio", em Patos, começou sua carreira no "Paulistano de Zé
Iracema", jogou no Madureira do Rio de Janeiro e teve belas passagens pela
Seleção Paraibana, nos tempos áureos dos campeonatos brasileiros de seleções
estaduais. O antigo treinador do Nacional diz que Uray foi um atleta exemplar
e, "se não ganhou dinheiro porque a época não permitia, ganhou nome, fama,
respeito, amigos e admiradores".
Pode não ter ganhado muito dinheiro, mas conseguiu
um bom emprego graças ao futebol e, "munhece de samambaia e mão de
tagibubuia" que era, comprou praticamente as Imbiras para ele. Depois,
quando me sobrar espaço, contarei a estória que é um dos destaques na crônica
de Virgílio: as famosas "atrasadas de Uray".
Causo sobre Uray
POR: Mario Vinicius
O Treze fora jogar em Fortaleza, no início dos anos
50. Após a partida, à noite a rapaziada foi dar uma volta na cidade, indo parar
na chamada "zona boêmia".
Na boate escolhida, num canto do ambiente, eis que
havia uma "vitrola de fichas". Para quem não sabe de que se trata,
era uma radiola com várias músicas, onde o interessado introduzia uma ficha
(comprada no local onde estava a máquina) e escolhia a música através de um
número que a indicava.
Urai, o zagueiro que representou para toda uma
geração o amor e dedicação pelo Treze, embora em campo fosse a denominada
"madeira de dar em doido", era uma figura simpática, risonha e doido
por sambas. Ao ver a radiola, disse para a turma: "vou comprar umas fichas
e tirar uma dama para dançar".
Para sua decepção, o garçon informou que a empresa
responsável pela máquina retirara os discos e não os substituíra. Urai ficou
desanimado com a resposta. Ainda assim insistiu se não ficara pelo menos uma
música.
"Somente uma, de uma propaganda de cera para
piso de madeira" - disse o garçon. Nosso zagueiro pediu uma ficha e disse que queria
ouvi-la. Ao escutá-la, notou que era um samba bem "mexido", repetido
várias vezes. "O quê ? Com essa aqui eu danço a noite toda ! Garçon, traz
umas dez fichas !" E virando-se para algumas damas que estavam no recinto,
perguntou: "Alguma das senhoras quer dançar ?"
A partir daí, não parou mais. As fichas acabaram
ele mandou pedir outras. Os outros atletas, presentes ao ambiente, não
continham as risadas. Urai dançava no salão ao som de uma propaganda comercial
como se estivesse tocando um Lp de Waldyr Calmon. Se uma jovem cansava, ele
tirava outra para dançar. E foi assim praticamente a noite toda.
Saiu aplaudidíssimo da boate !
ALGUMAS FOTOS DO URAI:
Uray é o ultimo em pé
Fontes Utilizadas:
www.trezefutebolclube.cjb.net (Desativado)
Jornal da Paraíba
Diário da Borborema
Fórum do Site Oficial do Treze
Jornal da Paraíba
Diário da Borborema
Fórum do Site Oficial do Treze
Trezegalo
4 comentários:
Um grande amigo, bondoso e gracioso.
Com Uray, tive oportunidades de ouro no tresinho, uma delas, foi um dia de domingo que eu estava em casa, lá no bairro do São José, e êle bateu na porta me chamando, eu me apresentei e êle assim disse, olha entra aqui no carro para irmos a Monteiro, eu lhe falei o que está acontecendo, Uray com a voz um pouco rôca disse-me é que fomos chamados para um jôgo em Monteiro. E não podemos ir sem goleiro, eu disse e cadê o Pelado e o reserva de Pelado, estâo bebados sem condições de viajar e jogar e, só tem você para levarmos. Eu disse tá bem, preparei os meus materiasis e viajamos. Muto nervoso mais fui assim mesmo. Já pensou eu está ao lado dos meus idolos jogando com êles. Entramos em campo eu com essa pequena estatura todos me fitando e dizendo que ia ser mole para o time dêles (Monteiro) Mais isso não aconteceu porque os jogadores do Treze vieram a mim e me deram muita fôrça, lembro-me bem que, lá estava Grilo, um Pedrinho que havia chegado do Vasco, Ruivo, Pedro Negrinho e outros, era um grande time que foi prestigiar a festa de Monteiro, primeiro, os Monteirense exigiram do Prefeito o Treze em sua festa, acredito que era emancipação da cidade. Jogamos bem, ganhamos de 5x0. Uray, obrigado por vc ter existido e ter dado essa oportunidade a êsse humilde jogador. Não sei se foram tiradas fotografias lá em Monteiro, se alguém sabe de alguma reportagem do treze em Monteiro, gostaria que fosse enviada ao amigo Jobedis, para fins de públicação.
AMIGO URAY, DESCANSA EM PAZ NOS BRAÇOS DE DEUS.
Urai ficou imortalizado por lance infeliz que foi atrazar a bola para o goleiro e foi de maneira lenta no qual deu tempo o atacante pregou a bola e fez o gol (toda vez que acontece um lance dessa natureza o pessoal diz logo a atrazada de urai)
Lamparina, se não me engano, também jogou no Rio Tinto.
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