POR: JOBEDIS MAGNO DE BRITO NEVES
Tenho uma frase que soa latente no meu coração e
que mentalmente vivo sempre a repetir: enquanto mais conheço outros
lugares, mais eu amo a terra onde nasci – o bairro do São José de Campina
Grande. Isto é tão forte dentro de mim que eu resolvi escrever coisas da
minha reminiscência no referido bairro, da minha infância, da minha
pré-adolescência e já adulto, quando eu de lá saí.
Naquela época o bairro São José era cheio de atletas de diversos esportes,
e o mais praticado, claro, era o futebol. Futebol de poeira ou de Salão (hoje o
futsal), que era jogado na quadra do Treze e depois na quadra do Ginásio da
AABB.
Mas, o mais emocionante, o mais apaixonante era o futebol que jogávamos nos
campinhos do bairro. Eram muitos os campinhos, mas, aqui destaco a existência
de três que eram essenciais no âmbito da preferência das galeras e dos jovens
esportistas da época: O campo da perua, o
campo que ficava ao lado do Parque infantil e o que ficava ao lado do hospital
do Ipase.
Depois com o esgotamento do Açude Novo rachávamos no chamado campo do
Bacião que ficava perto no leito seco do açude.
Nesses campos as peladas eram inflamadas, a platéia era atenta e os
craques mostravam seus potenciais. Eram muitos,
havia mesmo verdadeiros craques de bola, que eu poderia concluir este
artigo só enumerando-os, mas, para fugir da injustiça que cometeria quando
tentamos abarcar um universo tão grande vou deter-me àqueles que no meu
entendimento formaram o mais significativo, o mais brilhante time de pelada da
minha época.
Com tantos craques, com tantas pessoas apaixonadas pelo futebol, com tantas
crianças e jovens cheios de energia, nada melhor que canalizar essa energia
para o esporte, melhor falando, para o futebol.
Formaram-se assim os torneios e campeonatos suburbanos de nossa cidade. Cada
bairro representados por alguns times.
Nosso time chamava a atenção de todos, pela sua formação: de grandes
craques a começar pelos nossos goleiros Amigo da Onça e João Batista) na defesa
o amigo que digita este texto o Jobedis, Ademir, Son e Martinho na zaga.Nenem e
Chininha e na linha de frente, Picole, Tonheca, Valdinho Carapuça e Fernando
Canguru.
Tinha ainda o Pedro Sandu e o Chiquinho , que eram jogadores de
qualidade mediana, mas, com uma garra e determinação ímpares, que aliadas ao
fato de detestarem a derrota, os tornavam monstros sagrados. Mas, nada, nada
mesmo se comparava com os geniais dribles, passes, tabelinhas e gol feitos
pelos nossos craques citados na nossa linha de frente. Estes eram craques de
altíssima categoria, para classificá-los poderíamos criar uma categoria extra,
que os diferenciasse dos demais.
Realmente a equipe do Everton Tri campeã da cidade constitui na história
de futebol de pelada de nossa cidade, um capítulo à parte, uma vez que se
tratava de uma equipe pra lá de genial. Eram realmente craques da bola, eram
mestres em todos os fundamentos – passe, drible, chute com bola parada (faltas
e escanteios), cabeceios e tudo mais.
Donos de dribles inusitados, passes sensacionais e fenomenais gols de
placa. Alvos da perseguição implacável dos adversários sempre propensos a
anulá-los por meio de pancadas, não raras vezes desleais.
Por isso, alguns dos nossos craques foram, enquanto atletas, craques de pernas sempre mapeadas com as
feridas das pancadas, contusões e outras escoriações correlatas. Mas, o tempo é mestre em dissolver as
alegrias da nossa adolescência, embora nos deixe as reminiscências. Deste time,
em Campina Grande ainda residem em nossa
cidade:; o Jobedis, Son. Ademir, João Batista, Nenê, Picolé, Pedro Sandu,
Tonheca e Valdinho Carapuça os demais se mudaram para outras cidades deste Brasil
para exercerem suas profissões.
Quero neste singelo e humilde texto, prestar a minha homenagem àqueles que foram irmãos para mim: Son, Nego Gilson, Fernando Canguru, Pedro Sandu,
Ademir, Valdir Ventinha, Nenê, Cho, Jonas Didi, Tonheca, Valdinho Carapuça, Ze
Menonca, Tadeu Bundinha, China entre outros.
Quero
deixar uma pequena homenagem para o ídolo maior o nosso nosso treinador Fuba
Véi (que já merecia ser nome de rua na
nossa terra). Um amigo, um irmão, pessoa com a qual tive a oportunidade de
compartilhar grandes momentos, de aprendizado inclusive, e não é à-toa que
neste momento enquanto concluo este texto meus olhos umedecem. Meu querido Fubão,
você que já está na saudade entre nós, deixou uma lacuna irreparável no futebol
de pelada de nossa cidade, porque além de não poder mostrar e contar para as
futuras gerações os seus feitos, não nos resta qualquer arquivo além da falha
reminiscência que neste momento usamos para expor este curto relato da tua
passagem pela terra.
Por tudo, formalizamos a Deus o pedido para que Ele, o Altíssimo, sempre
te ilumine onde quer que estejas na certeza de que iluminarás todos os lugareas
por onde passares, inclusive o céu, tal como o fizeste nos campinhos de Pelada
de nossa Campina Grande e demais lugares em que tu marcaste a tua vivência
entre nós.
Obrigado aos amigos e ex-jogadores do nosso grande Everton por comentarem.
FOTOS DE GRANDES AMIGOS NO ESPORTE:
Glauco, Sabara, Marcos Katta e Jobão