Entristeci-me
está semana quando fotografei dois locais que eram campos de futebol de pelada na
minha época de adolescência (campo do Olaria do Catolé e do Comercio da
Liberdade em frente ao Hospital de João Ribeiro (o hospital dos doidos como era
chamado).
Hoje, o garoto que fugia de casa para jogar
bola na rua ou na frente de sua residência não tem mais como fazer isso. Na minha época, uns 50 anos atrás, a rotina de uma
criança era: ir pra escola, almoçar, ir à casa de um amigo, arranjar uma bola e
ficar jogando até escurecer, quando batesse a fome ou sofresse algum tipo de
acidente. Todos eram abençoados e tinham um campinho perto de casa, uma praça
ou uma rua de areia. (Por isso muitos eram obrigados a passar por situações
periclitantes e conviver com as intempéries do futebol jogado no meio da rua)
driblando pedestres e carros.
Naquela época, quando não tinha muita
atração na cidade, a opção de lazer era bola ou ir ao cinema. Não sendo mais
como antigamente quando todos os bairros da cidade tinham campo de futebol.
Sabemos que
o fim dos times e os campos tradicionais de Campina Grande tiveram um efeito
nefasto sobre o futebol profissional da cidade. Pois eram estes times fazedores
de craques que abasteciam os clubes da cidade com grandes jogadores criados
nestes times. Os campos periféricos do centro da cidade são apenas um exemplo.
O progresso engoliu suas traves, sua história. Como foram engolidas dezenas,
talvez centenas de campos, num raio estimado em até 10 quilômetros do
centro da cidade, a Praça da Bandeira. Tudo foi devastado, substituído por
prédios, avenidas, shoppings.
Empreendimentos
estão ocupando os espaços dos campos, apesar de serem importantes para o
desenvolvimento, mas também não podemos deixar de ter uma preocupação com a
reserva oficial de áreas para os campos para que eles não possam ser extintos,
pois seria um atentado à prática do esporte, lazer e cultura.
Temos que
concordar que hoje, com violência, correria do dia a dia, crescimento da cidade
e vários outros fatores, o futebol de “pelada” está entrando em extinção. É
difícil ver aquela gurizada no meio da rua, fazendo trave com chinelo, jogando
a bola na casa do vizinho, perdendo a tampa do dedão na calçada. As coisas mudaram
amigo
Hoje em dia
o futebol de pelada nos finais de semana já não domina o lazer da rapaziada na
cidade, além das baladas, dos shoppings, da internet com suas diversões e
anúncios. O
que pode estar havendo?
Que infelizes os adolescentes de hoje! Não
sabem o prazer de chegar o final do domingo todo quebrado, mas com um
sentimento de que tinha dado tudo pelo time e que a vitória não veio por uma
desonestidade de uma pessoa que quis apitar o jogo sem ganhar nada alem de
muitos palavrões dirigidos a ele e a sua Genitora!
A pelada nos
domingos a tarde já era coisa antiga. É preciso entender que tudo mudou, mas
que não está longe, não muito longe de acabar. Os clubes não são mais os
mesmos, as disputas não são mais intensas, o número de campos é bem menor, os
espaços livres nos bairros rareiam e as peladas já não seja tão atraente como
no passado.
Muitos
clubes tradicionais fundados em Campina resistiram o quanto puderam. Na
longa caminhada, a maioria foi ficando para trás, abandonando as disputas e
fechando suas portas. Muitos clubes que chegaram a impressionar pelas belas
campanhas que conseguiram realizar. Nesses grupos poderíamos colocar:
Estudantes, Everton, Têxtil, Santa Adélia, Benfica da Liberdade, Belenense,
Renascença, Dom Vital, Sport Campinense, Cenourinha, 11 da Vila, Guarani do
Auto Branco, Auto Esporte, Oriente, Olaria do Catolé, Flay Back e o Comercio da
Liberdade, Central, Cruzeiro da Estação, Sapateiros, Náutico, Cotonifício
Campinense, Dolaporte, Cacareco, Juventus, Portuguesa e Grêmio do São José,
Internacional, Atlético da Prata, Noroeste, Flamengo, Humaitá, e mais uma
infinidade de outros grandes times. Todos tiveram seus bons momentos em
nosso futebol amador. Todos tiveram seus craques, suas vitórias.
Estes
citados clubes resistiram enquanto puderam, no entanto, acabaram fechando suas
portas. Todos ficaram apenas na saudade.
fotos de alguns times extintos de nossa cidade:
Flay Back
5 comentários:
Realmete isto nos traz de volta a 45 anos atrás.Lembro que jogando contra este Botafogo da Liberdadoe , dei uma pancada tão grande neste galeguinho , que ele desmaiou. O time todo correu para me pegar junto com a torcida e quem me salvou foi o bendito Genival Praxedes. Contra este grêmio de Roberto e sabará no Bacião, vencemos de 1 x 0, e eles pararam o jogo e me pediram para jogar direito. Aliás o Paulinho do real Campina, toda vez que chove ele ainda de lembra de mim.
QUEM SERA ESTE JOGADOR BRABO????
Jobedis,
eu era muito manso, e nunca briguei em campo de pelada. Um pouco viril e ruim de bola. Uma vez jogando contra o Humaitá num campo em bodocongó, o Lelé com chuteira de travas com pregos me deu um jacaré que levou todo o côro da minha perna direita, mas ele também saiu de campo com problemas no joelho.
no fim dos anos 60 e meados dos anos 70 joguei no milionários Galícia da palmeira e no Têxtil de bodocongo e no Nacional que desputava o campeonato amador de campina grande.
Desculpa meu é Natal quê jogava de ponta esquerda
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