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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Como surgiu o Treze na década de 20


Durante a década de 20, o futebol tornou-se um fato irreversível para a juventude de Campina Grande, muitos clubes já existiam na cidade. Ypiranga, Palestra e Comerciário formavam com o América a elite futebolística da época. Foi então que em 1924, o clube americano encerrou suas atividades, abrindo espaço para a criação de uma nova agremiação para a prática do futebol. Foi assim, que ex-integrantes do América e de outros times da cidade resolveram criar o Treze Futebol Clube.

Os primeiros entendimentos aconteceram na rua Marciel Pinheiro, onde foi acertado aclamar uma reunião na residência do senhor Antônio Fernandes Bioca.A noticia da criação do novo clube foi disseminada entre os interessados que se reuniram pela primeira vez no dia 7 de setembro de 1925, mas, foi apenas no dia 20 de outubro que decidiram batizar a nova equipe por iniciativa de José Casado, que somou o número de pessoas na reunião e ao totaliza 13. Sugeriu que o clube deveria chamar-se Treze Futebol Clube.Foram fundadores do clube, Alberto Santos, Amélio Leite, Antônio Fernandes Bióca,  José Casado, José de Castro,  José Eloy, José Rodolfo, José Sodré, Luiz Gomes da Silva, Olívio Barreto, Osmindo Lima, Plácido Veras e Zacarias Ribeiro de Vasconcelos.

No dia 06 de Novembro, a equipe trezeana entrou pela primeira vez em campo contra o Palmeiras  de Campina Grande, o alvinegro derrotou o adversário por 1x0, com um gol marcado por Plácido Veras (Guiné), a primeira equipe do galo estreou com a seguinte Treze: Olívio, Zé Castro, Lima, Zacarias, Eurico, Zé Eloy, Rodolfo, José Casado, Alberto 
Santos, Cotó e Guiné.

No dia  20 de outubro de 1925, novamente os treze desportistas estavam reunidos na casa de Bióca, discutindo um nome para o clube, que até então era apenas rotulado como uma “sociedade desportiva”, conforme observa a ata de número 03. Em certo instante José Casado levanta-se e conta o número de presentes à reunião e observou que eram treze componentes desde a primeira reunião, então sugeriu duas opções Treze SPORT CLUBE ou TREZE FUTEBOL CLUBE e como a atividade a ser desenvolvida seria o futebol, ficaram com a segunda opção. Nascia ali o Treze Futebol Clube.

COMO SURGIU O GALO, MASCOTE DO TREZE-PB

A versão para a origem da mascote do Treze nunca foi oficialmente explicada, sabe-se apenas que a opção devesse ao próprio nome do clube e ao jogo do bicho, já que o número 13 no jogo é o Galo.

Há duas versões folclóricas para a escolha da mascote, que não são contraditórias, apenas auxiliam no esclarecimento do fato. A primeira é que o bichinho teria assumido a função de símbolo da equipe graças aos seus fundadores Fernandes Bióca, José Casado e José Eloy, adeptos de uma fezinha no jogo e que após a fundação do clube, teriam passado a jogar sempre no número 13 como sinal de sorte.

Em jornais esportivos de 1926, há citações sobre “Os Galos da Borborema”. A segunda versão que também é folclórica mas há uma boa possibilidade de ser real, devesse a reorganização da equipe ocorrida em 1937, por Bióca e Timbúcio dos Santos. Naquela década o jogo do Bicho que já era bastante praticado, por todas as classes sociais e se tornou a loteria mais popular entre as cidades do Brasil, a fase de popularização do jogo ocorreu justamente quando o Treze estava inativo.

Quando a equipe retornou a prática do futebol as pessoas começaram a associar o nome do clube ao número do Galo no jogo do bicho. Na década de 20, mesmo utilizando o Galo como a mascote a população da cidade de Campina Grande ainda não conseguia assimilar o bicho como o símbolo do clube, preferindo chamá-lo apenas de Treze. Com a popularização da loteria (Antes elitista), nos anos 30 ficou fácil.

Na manhã seguinte, quando a noticia se espalhou pela cidade à população ficou surpresa com a escolha do interessante nome para a agremiação que surgia, mas embora tendo nome exótico nome, o destino do “Galo da Borborema” (expressão de autoria do poeta Murilo Buarque, fazendo alusão ao número 13 no “jogo do bicho”) seria o de voar alto como as águias. Daí no primeiro jogo, o novo clube já contara com torcida junto ao campo de areia. expressão de autoria do poeta Murilo Buarque, fazendo alusão ao número 13 no jogo do bicho. O mascote do Treze é o GALO, devido a numeração no jogo do bicho, 13 = GALO.
O Treze treinou pela primeira vez onde é atualmente o mercado público de Campina Grande, onde antigamente se dominava o Campo dos Currais.

Treze Tetra-campeão Campinense de 1928

Em 1928 a equipe do Treze conquistou o tetracampeonato promovido pela Liga Desportiva Campinense – LDC. A entidade promovia o campeonato da cidade desde 1921

E até a conquista trezeana de 28, nenhuma equipe havia conseguido a façanha de conquistar tantos títulos consecutivos. O clube tinha apenas quatro anos de existência e ergueu o tetra numa campanha formidável contra as principais equipes da época. Na partida de estréia aplicou uma goleada surpreendente na forte equipe do Palestra por 7x0, vencendo em seguida por 6x0 o Comercial. Porém diante do favorito Ypiranga o clube esbarrou no empate sem gols. No returno, novas goleadas diante do Palestra por 5x0 e Comercial por 6x0. A grande decisão foi contra o Ypiranga. Ao galo bastava empatar contra  o alvirrubro para comemorar o feito inédito. A partida foi uma das mais difíceis da história do confronto, o Ypiranga já era uma equipe bastante conceituada na cidade e tinha em seus quadros excelentes atletas. Mas valeu a força do alvinegro que sagrou-se vitorioso pelo placar de 1x0. O Treze conquistou a Taça da cidade invicto, aplicando 25 gols e não sofrendo nenhum. Treze: Olívio, Zé Castro, Lima, Zacarias, Eurico, Zé Eloy, Rodolfo, José Casado, Alberto Santos, Cotó e Guiné. 


                                                      Uma das primeiras equipes do Treze
  
Fonte:
Acervo: Jornalista Júlio César, publicado no “Agora Esportes”
Livro dos 80 anos do Treze do Prof. Mario Venicios

5 comentários:

Jurayanne disse...

Interessante demais... uma viagem no tempo.

Glauber Guerra disse...

Parabens Jobao por mais este retorno ao passado de nossa cidade

Celson Luiz Taveira disse...

Prezado Jobedis, vi este site e gostei muito principalmente as fotos dos primeiros anos do time do Treze, eu vi o Museu por um acaso e fiquei muito emocionado.Eu sai de Campina Grande muito cedo, tinha apenas 11 anos e meu irmão Luiz 06 anos.Com essas historias do futebol de nossa cidade, pude me orgulhar ainda mais da nossa Rainha da Borborema e de meu pai (falecido), que além de ser um grande homem,um pai maravilhoso, foi um ótimo jogador de futebol, esporte que ele tanto amava.

Dinaldo Queiroz disse...

Isso é história, isso é memória, isso é o passado belo do esporte de nossa Campina Grande! Parabéns Jobedis, pelo seu texto e pela sua preocupação do resgate de belas páginas do passado glorioso de nossa cidade. !!!

Valdecyr Nunes da Silveira disse...

Parabens,Jobedis, excelente a materia sobre O Treze continue publicando materias do nosso futebol amador,outros times e craques virão tenho certeza. Sou campinense mas moro em Toronto no Canada há mais de 20 anos e só com um portal como esse eu consigo matar saudade da minha terra valeu.

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