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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

QUEM ERA CRAQUE - SALOMÃO

POR: JOBEDIS MAGNO DE BRITO NEVES




Como é bom lembrar-se dos jogos do passado, quando adolescente eu não saia dos campos de futebol, vários atletas daquele tempo no nosso amador eram bonitos de se ver jogar, mais teve um que tratava a bola com fino trato, sempre de cabeça erguida, não errava passe, e organizava sua equipe, digamos aquele que dava o padrão de jogo aquele que quando a bola passava nos seus pés, com certeza saia uma bela jogada.


Hoje reverencio SALOMÃO, que ficou conhecido na década de 60 em nossa cidade recebendo pela sua qualidade mostrada nas peladas de clube varias proposta para vestir camisas de equipes de nome do nosso futebol amador  (jogou algumas partidas pelo Everton do São José) e não resistiu um convite para defender as cores do CAMPINENSE Clube.

Pois é amigos para mim a categoria de um jogador pode ser medida pela facilidade com que domina a bola. Dominar é fazer com que a bola pareça ter vida própria e ficarem dóceis e carinhosos os seus pés. A matada no peito distingue um jogador de categoria. Para Salomão, jogar futebol sempre foi uma coisa fácil. Era hábil com a bola, chutava forte, tinha precisão nos passes e muita tranqüilidade no meio campo. Por isso, sempre se destacou dos companheiros e foram manchetes de jornais. Jogou algumas partidas pelo Everton, foi para o Campinense e se transferiu para o Náutico. Foi quando começou sua grande fase, pois foi vendido ao Santos e jogou ao lado de Pelé. Transferiu-se para o Vasco da Gama do Rio. Hoje é Medico conceituado em Recife e dirigente do Náutico. Mais nunca veio a Campina Grande rever os amigos

ALGUMAS FOTOS DO GRANDE SALOMÃO


                         Salomão no Everton


Salomão esta agachados é o terceiro jogador da foto



















Um belíssimo texto sobre o Salomão


Salomão – o príncipe do futebol nordestino


Santa Cruz e Sport Recife mandavam no futebol pernambucano. O trabalho de base desenvolvido em Pernambuco pelo Santa Cruz, formando jogadores de alto nível para o futebol brasileiro e se dando ao luxo de emprestar ou negociar os garotos ainda na fase de lapidação, garantia a hegemonia ao time cobra coral.

Sport Recife e Náutico Capibaribe começaram a traçar planos para impedir os avanços do adversário que se distanciava muito na preferência do torcedor, enchendo estádios e conquistando títulos importantes.

Trabalhando a base – mas sem muita qualidade – para tentar suprir as necessidades técnicas e o anseio de conquistas dos treinadores, ainda assim Náutico e Sport precisavam recorrer às contratações em outros estados com o objetivo de frear o Santa. O clube coral, com estreito relacionamento com o futebol paraibano, contratou Zezito junto ao Campinense Clube, de Campina Grande, melhorando ainda mais a qualidade do seu meio-campo. A contratação do cearense – Zezito era cearense de Fortaleza – pelo Santa Cruz mexeu com a torcida do Náutico, que não entendia como o adversário contratava um jogador de alto nível técnico e o clube timbu nem se mexia.

Dirigido por empresários de reconhecimento nacional no ramo bancário e de transporte interestadual, o Náutico foi também a Campina Grande e contratou o ainda desconhecido em Pernambuco, mas muito conceituado em meio aos torcedores alvinegros paraibanos, o “médio volante” Salomão.

Estudante de medicina em Campina Grande, a princípio Salomão encontrou empecilho para largar o curso ou trancar a matrícula e, ainda mais, para conseguir transferência para Recife. Salomão, visivelmente, preferia o curso de Medicina ao futebol.

Mas, eis que, no ano de 1963 o jovem jogador chega ao Náutico Capibaribe de Recife, que perdera o cearense Evandro para o São Paulo e, meses depois, Paulinho para o futebol baiano, e precisava recompor seu elenco para continuar na luta titânica contra os adversários em busca de títulos.

E tão logo chegou ao alvirrubro pernambucano, Salomão, paraibano de nascimento, foi compondo o time principal que conquistou o título estadual de 1963, o primeiro da série de seis conquistados em Pernambuco, que recentemente permitiu a comemoração dos 40 anos do hexacampeonato.

Na conquista inédita – por que abriria a série – o Náutico formou na maioria dos jogos com o time base: Lula (Valdemar); Zé Luiz, Gilson Costa, Evandro e Clóvis; Salomão e Ivan; Nado, Bita, Nino e Rinaldo.

Figuras expoentes do time e da conquista, além do próprio Salomão, o goleiro Lula Monstrinho, Evandro, Nado, Bita e Rinaldo. Evandro, zagueiro e médio volante foi negociado ao São Paulo; Nado foi convocado posteriormente para a seleção brasileira antes de ser negociado ao Vasco da Gama; Bita, eterno artilheiro timbu, e Rinaldo, negociado ao Palmeiras.

Em 1964, entretanto, apesar da conquista do bicampeonato pernambucano sob o comando de David Ferreira (Duque), Salomão sofreu uma contusão grave e por pouco não abandona o futebol. Jogando pelo Náutico, Salomão viajou até Fortaleza, onde enfrentou o Ceará no estádio Presidente Vargas em jogo válido por uma competição nacional. Naquele jogo, levou uma pancada no tornozelo do então oponente zagueiro central Mauro Calixto (eles jogaram juntos depois no Náutico) e caiu com o braço sobre a barriga, fraturando o rim direito.

O Presidente Vargas estava cheio, e Salomão estava indo em direção ao gol. A pressão era grande, o jogo ainda não tinha vencedor e Mauro Calixto, muito jovem e em começo de carreira, tentou impedir o avanço do meia alvirrubro. Os dois se chocaram e acabou sobrando para Salomão.

Mesmo com o rim aberto, Salomão permaneceu em campo. As conseqüências. Salomão voltou a campo a tempo de participar da conquista do bicampeonato estadual numa final diante do Sport Recife, na Ilha do Retiro, no dia 25 de setembro. O Náutico venceu por 2 a 1, com gols marcados por Geraldo e Bita.

Toinho, Salomão, Ivan, Rossy, Benedito, Paulinho, Geraldo, Bita, Coutinho, Nado, Elcy, Nino, Lala e Miro. Time base: Lula; Gena, Gilson Costa, Zequinha e Fraga (Clóvis); Salomão e Ivan; Nado, Bita, Nino e Lala.

Jogador de futebol brilhante e muita classe e categoria, Salomão foi negociado ao Santo Futebol Clube em 1965. No time de Pelé, Salomão não jogou por muito tempo, apesar da força e apoio recebidos de Zito, em final de carreira e necessitando deixar no time um substituto à altura.
Salomão preferiu retornar à Recife para concluir o curso de medicina. É neurologista. Tão logo retornou à capital pernambucana, novamente ligado ao Náutico, Salomão foi envolvido em nova negociação, desta feita com o Vasco da Gama do Rio de Janeiro.

No Vasco da Gama, em 1967, quando o cruzmaltino era presidido por Agathyrno da Silva Gomes e treinado por Gentil Cardoso em final de carreira, a formação do time era a seguinte: Franz; Jorge Luiz Brito, Fontana e Oldair; Salomão e Danilo Menezes; Zezinho, Bianchini, Nei e Mário.

Mesmo defendendo as cores do Náutico em três temporadas (63, 64 e parte de 65) Salomão integra o time dos sonhos do Náutico em todos os tempos: Lula; Gena, Mauro Calixto, Fraga e Marinho Chagas; Salomão, Ivan e Vasconcelos; Nado, Bita e Lala.

Têxto: José de Oliveira Ramos

2 comentários:

Josélio Ramos disse...

Ler uma preciosidade desta é relembrar os bons tempos, e reviver a história de um futebol dinâmico, de amor as equipes de futebol, de jogadores que, mesmos profissionais, amavam seus clubes. Obrigado po me tornar tão feliz, porque viví este tempo. Josélio Ramos.

Jânio Odon de Alencar disse...

Há um equivoco no texto supracitado, onde diz que o meu Santa Cruz ganhava tudo antes dos anos 70.Nos anos 50, foi do Sport, nos anos 60, foi do Náutico e os anos 70 do Santa Cruz. Tanto, que o Sport passou 12 anos sem ser campeão.

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