Vamos abrir a porteira do túnel do tempo para o passado do futebol de pelada de Campina Grande. A geração de agora ironiza lembranças encharcadas de saudosismo, dos tempos passados , quando chegar a sua vez, perceberão que guardam tesouros no baú da memória. Só então descobrirão a alegria de poderem dizer “eu vi isso ou aquilo” ou “eu estava lá”. Claro, algumas lembranças são de uso e gasto pessoal, intimas. Falo das outras que formam a base da memória coletiva que fazem parte de um projeto com mais gente na garupa.Devem ser compartilhadas de parte a parte, mais ou menos como os guris trocam figurinhas para completar seus álbuns. É até obrigação.
Os atletas e torcedores do esporte amador de Campina Grande da minha faixa podem não ter muito em comum para conversar, até alguém lembrar um jogador com apelido de “Nego Bode do Leão do Monte Santo. Em segundos uma explosão de lances geniais de “Sebastião, Gil Silva, Raul, PC ou Nego Gilson”, com ou sem bola, revelará uma amizade íntima de que nunca desconfiaram antes. O mundo mágico do esporte amador de nossa cidade se abre instantaneamente, à simples menção do nome de um jogador ou de um clube do passado.
Ates de passar ao outro plano “Marquinho Góis ou Marquinho Cara de Gato” nos presenteou um futebol mais inteligente e bonito ainda vivo em nossas retinas. Não é só isso. Como em um filme, rodopia o carrossel das emoções que vivíamos as aventuras, as amizades, os sonhos. Tendo Bairro do São José de então como cenário. O futebol fazia girar o carrossel e montado nele pintava a visão que tínhamos de nós mesmos e dos outros.
O futebol nos “amansou”. Garotões tinhosos que éramos dentro e fora do campo. Nós e toda uma geração. Foi uma escola de vida que completava as lições de casa e do colégio. Era o fecho de nossa identidade, a certeza de pertencimento a uma comunidade, a uma cidade, a uma sociedade. Independente de clubes era e é grato a quem fazia o carrossel girar, mesmo sem nunca trocarmos uma palavra. O futebol nos igualava na tristeza e na alegria. Certo, aceito que foi assim porque era o jeito de as coisas acontecerem.
Outra época, outro jeito, de pleno acordo. Só me pergunto o que aconteceu – melhor o que não aconteceu com a geração que veio depois da nossa, quando o futebol deixou de ser praticado nos campinhos e nas canchas (quadras) de futebol de salão. A época em que – presumo de longe – o futebol de campo de nossa cidade esta quase morto. Em certa passagem por alguns antigos campos de nossa cidade muitos deles engolidos pelo “progresso”, uma perda trágica para o encontro da cidade consigo mesma.
Ele se foi e até hoje tateio em busca da resposta. Só fico torcendo para que os garotões que nos sucederam tenham encontrado outro modo de ser felizes como nós fomos em volta de uma bola.
PAULISTANO
ORIENTE DA LIBERDADE
NESTA FOTO ESTÃO OS IRMÃOS: ZÉ PRETO, ASSISPARAIBA, NEGO VEI E GAMINHAESTUDANTES
NAUTICO
EVERTON
RAPOSINHA
BOTAFOGO DA LIBERDADE
11 comentários:
Jobedis,sem sobra de dúvidas foi um época muito boa.Em cada bairro tinha um time de pela de primeira qualidade. Oriente,Auto Esporte,Botafogo da Liberdade, Grêmio,Real Campina,Estudantes...enfim,os domingos eram mais domingos do que os de hoje.
Abraços.
Vadinho
Caro Jobedis,
Esse trabalho belissimo que você faz com o Esporte de Campina Grande eu tenho feito em relação a música dos anos 60/70. Todos os que de alguma maneira viveram essas épocas que são momentos marcantes de experiencia e de dignidade; para quem conheceu de perto as experiencias que o mundo da vida nos ofereceu, sem dúvida, tem de curvar-se a sua criatividade e dedicação.
Já dizia o poeta que "recordar é viver". Evidente que não devemos viver apenas ligado ao passado, pois como afirma Jesus "o arado nos exige atenção e olhar para a frente", mas o nosso interior se enche de regozijo e de emoção ao sabermos que as nossas estradas foram pavimentadas com amor no coração e por isso são tantos os amigos que nos admiram e nos respeitam. Você está de parabéns.
Logo que o tempo me permitir remeterei para você algns históricos sobre o Campinense Clube do Monte Santo que revelou para o futebol profissional alguns craques dos anos 70 que tiveram passagem pelo Treze e pelo Campinense Clube. Que Deus continue iluminando essa sua destacada iniciativa e que os jovens da geração Y possam aproveitar as experiencias dessas histórias para escrevem o seu futuro.
Germano Ramalho
Parabéns amigo JÓBEDIS,
Desse jeito vc vai matar o resto dos velhinhos, ex-peladeiros de Campina Grande.
Um belo trabalho que vc vem realizando.
Gilson Souto Maior
João Pessoa, 29.01.2012
obrigado pelas palavras de dois mitos do jornalismo campinense. Germano pode mandar sim que postarei com todo prazer. Abraços
Valeu Jobão na verdade é um verdadeiro resgate aos belos tempos idos q não voltará jamais, belas recordações das grandes equipes de peladas dos anos dourados q ao longo dos anos se foram, parabéns meu compadre pelo belo trabalho, ja era tempo de se editar tais lembranças e recordações para matar saudades, um grande abraço do compadre Zildo.
Muito legal, parabéns Jóbedis
abs
Macaiba
Aqui encontro ex-jogadores e amigos
Sempre que posso procuro os amigos, nem mesmo os 4.500 kms que nos separa representa tao distante.
crispim
Quando fui premiado com a sorte de vir morar em Campina Grande no ano de 1967 eu era louco por futebol.
Quando aqui cheguei a coisa mais estranha que eu achava era que a grande maioria dos jogos de pelada eram disputados pela manhã do domingo.
Lá no interior nós só jogávamos no domingo à tarde.
Me tornei assíduo espectador e posteriormente tive a honra de jogar pelo Atlético e Real Campina da Prata, Estudantes, Flay Back, Onze da Vila, Guarani do Alto Branco e Nacional de Zezé.
Tive o prazer de jogar contra todas estas equipes que eram verdadeiros celeiros de craques.
Jogar contra o Botafogo da Liberdade naquele campo em frente à Igreja das Graças era uma verdadeira guerra. Contra os times de Monte Castelo, O Botafogo do Jeremias, Planalto do Alto Branco, o Vila Sandra, Carius, Santa Adélia, Santa Cruz do Tambor entre tantos outros eram paradas indigestas.
Excelente reportagem. Quanta recordação!
Roberto Guarabira.
Meu nome é Luís Vieira Gonçalves, joguei no Campinense do monte santo, mais conhecido como ( Campinensinho. time que ha muitos anos não existe mais, gostaria de ver fotos e parte da historia desse time registrada. Fiquei feliz em ver historias dos outros clubes do monte santo. ah! joguei também no leão do norte, universal, Mariluz e Flambaern. É as coisas mudaram demais, tempo que não volta mais e nem os jovens de hoje vivenciam para as suas memorias. É lamentável que o progresso e a evolução tecnológica tenham destruído essa matriz social, chamada futebol de "pelada". A pureza e a seriedade com que acontecia, ficam a saudade e a tristeza de ver um mundo globalizado destruindo a cultura de um povo. As lembranças dos grandes momentos que vivemos dentro desse contexto e ou instituição social, chamada: futebol de pelada.
Peço perdão aos caros amigos peladeiros de Campina grande, pois, não poderia deixar de registrar que o Campinense clube do monte santo, teve como seu fundador, o Jornalista e cronista esportivo, Germano Ramalho.
Que tal recomeçarmos essa história, depende da atitude de cada um cidadão, você é responsável pela continuação dessa história.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................
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