POR: ALUIZIO CAVALCANTI
MINHA BIOGRAFIA NO FUTSAL CAMPINENSE
Aluizio Cavalcanti Guimarães - Nascimento: Recife (11.05.37), filho Miguel da Silva Guimarães e Noemi Cavalcanti Guimarães. Trabalhava em 1962 no então Banco Auxiliar do Comercio S. A. (Recife) quando fui promovido e transferido para assumir o cargo de contador da agencia que iria inaugurar em outubro/1962, localizado à Rua Presidente João Pessoa, 141 (Campina Grande). Dentre os comerciantes conhecidos daquela época lembro-me de José Cardoso de Luna (falecido), José Lyra Braga (conhecido como Cazuza) e ainda tem sua casa comercial e Raul Pequeno.
O gerente, Sr. Nelson Gusmão veio também de Recife. A responsabilidade burocrática era sob minha inteira responsabilidade, inclusive pela admissão do corpo de funcionários. Era muito exigente e submeti os candidatos a prestar provas de datilografia, uma carta à mão (para aquilatar a caligrafia e a grafia) e teste de conhecimentos gerais. Evidentemente, que não conhecia ninguém na cidade. Silvestre de Almeida Filho foi aprovado e admitido. Alguns dias depois pedi aos recém admitidos que apresentassem candidatos para o preenchimento das demais vagas. Silvestre apresentou Elias e Betinho, que também foram aprovados e admitidos. Eu sempre gostei muito de jogar futebol. Aluguei a quadra de futebol de salão (AABB) e, no primeiro treino, para minha grata surpresa constatei o bom nível desses três funcionários. Faltava apenas um goleiro. Mas, era uma agencia pequena e número reduzido de funcionários. Escolhemos Vidal (Francisco Vidal de Negreiros) para ocupar a meta (conforme foto abaixo).
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Eu nunca tinha visto tão ruim goleiro. Aliás, a bem da verdade Vidal não era goleiro; ou melhor, nunca tinha jogado na vida. Mas, coitado, funcionário novo que era, submeteu-se a exercer aquela triste função. Depois gostou, sem nunca ter aprendido. Faço essas observações para que compreendam que Silvestre, Elias e Betinho não foram admitidos por serem bons jogadores. Repito, eu não os conhecia. Faço essa ressalva pelo fato de que quando começamos a ganhar todos os jogos e competições, fui acusado de que eu os tinha admitido pelos seus méritos futebolísticos. Outros bancos, notadamente o Banco do Comércio usou desses meios com a admissão de Tom (excelente goleiro), Pibo (extraordinário artilheiro) e Expedito (outro bom goleiro). Tenho como confirmação da verdade daquela minha atitude foi o fato de que alguns anos depois todos os três, Silvestre, Betinho e Elias, obtiveram aprovações nos concursos a que se submeteram, tendo sido admitidos no Banco do Nordeste do Brasil. Betinho (Jorge Alberto de Freitas Motta) e Elias (não me lembro do nome completo, era conhecido por Elias “trojão”) jogaram no Campinense (“raposinha”). Elias e Silvestre faleceram infelizmente.
Bem vamos à minha trajetória como jogador de futsal:
Inicialmente lembro que trabalhávamos no Banco Auxiliar do Comercio, que estava sob o controle acionário do Banco Português do Brasil que, após alguns anos, foi vendido para o Banco Itaú.
Bem nós, funcionários do Banco Auxiliar do Comercio, formamos uma associação que se destinava ao entretenimento cultural e esportivo, que se destacou nas competições do salonismo bancário campinense, conforme explanação abaixo:
Associação Atlética Auxilbanco
1964 – Campeão do Campeonato Bancário, promovido pelo Sindicato dos Bancários de Campina Grande. Fui o artilheiro;
1965 – Campeão do Torneio Início e do Campeonato, promovido pelo Sindicato dos Bancários de Campina Grande. Fui o artilheiro.
1966 - Campeão do Campeonato Bancário, promovido pelo Sindicato dos Bancários de Campina Grande. Fui o artilheiro.
Obs
TREZE
Face ao nosso destaque no futsal, recebemos, nas dependências da agencia bancária, a visita de Lindenberg Alves (popular “Pai velho”), que convidou a mim e a Betinho para ingressarmos no time do TREZE, a fim de participar do Campeonato Bancário de Futsal da cidade. As equipes que se destacavam eram do Campinense (Mozart, Cyl, Simplicio, Alexandre e Toinho), sob a direção técnica de “Miro”) e Estudantes (Tom, Hugo, João Mário (Elção), Sebastião e Pibo). Aceitamos o convite e sem nenhum treino nos encontramos com Humberto Campos, Bolinha, Leucio, Tonheca, Hermani e Jobedis, no Ginásio da AABB, na noite em que se realizaria o Torneio Inicio promovido pela L.C.F.S. Fomos campeões daquela competição. (OBS: até aquele dia eu só conhecia Betinho, tendo sido apresentado aos demais, na quadra).
A direção do Treze, sob a presidência do Dr. Edvaldo do Ó, empolgou-se com nossa equipe e nos deu muita cobertura. Colocou o então vigoroso jogador profissional, Tomires (ex-América de Recife, Flamengo e Sport do Recife) para ser o responsável pela preparação física de nosso elenco, cujas atividades eram na pequena quadra por trás do estádio. Realmente, correspondemos ao esforço dos dirigentes e nos sagramos campeões invictos do 1ª turno do Campeonato e, até então, eu era o artilheiro do campeonato.
Logo após adoeci, acometido por hepatite. Meu pai e Augusto, meu irmão, vieram à Campina e me levaram para Recife, onde fiquei para me tratar na residência de meu pai. Recuperando-me, voltei para Campina a fim de retornar ao trabalho, oportunidade em que tomei conhecimento de que o Campinense tinha sido campeão do 2º turno e ganho as disputas de “melhor-de-três”, sagrando-se campeão da modalidade. Nossa equipe, TREZE, foi vice-campeã. Abaixo recorte de jornal e fotos:
Time base do TREZE
“Pai velho”, Hermani, Humberto, Bolinha, Leucio e Aluizio
Elenco do TREZE
“Pai velho”, Hermani, Humberto, Bolinha, Betinho, o gloeiro Alberto, Leucio, Aluizio, Tonheca e Jobedis
Depois tive uma passagem pelo ESTUDANTE com grandes jogadores conforme foto abaixo:
Encerrei minha carreira no TREZE e embora rubro-negro (minha origem é pernambucana e toda a família torce pelo Sport) tenho o orgulho de ter honrado a camisa daquela agremiação, sem conhecer o amargo sabor de derrota.
1983 – I Maratona advogados- Embora já enfartado (1977) joguei contra as recomendações médicas e me sagrei campeão da modalidade, tendo sido agraciado com as medalhas de melhor jogador e artilheiro (tinha, naquela oportunidade, 46 anos e, lamentavelmente, não tenho foto). Nossa equipe era comandada pelo saudoso Amauri Capiba. Lembro-me apenas de Paulo Agra.
1991 – Taça SESC – Futsal “Masters”. Competição para jogadores com idade superior a 40 anos. Eu tinha 54 anos. Nosso time “Canabira” foi campeão da modalidade e eu fui o vice-artilheiro (um gol a menos do artilheiro, o gordo Etiel) e ganhei medalha como melhor jogador. Nosso time base: Jandui, Mário César, Hugo bala Aluizio e Etiel e no banco figuravam: Targino, Caúla, Oliveiro, Enedino e Barbosinha.
Foto: Em pé: Alexandre (filho de Arruda), Aluizio, Targino, Etiel, Jandui, Arruda (mão-de-onça)
Agachados: Mário César, Oliveiro, Barbosinha e Caúla.
CANABIRA: Simpática organização fundada em 13.05.1970, por: Antonio Arruda, Assis Gouveia, Nezinho relojoeiro, Antonio Figueiredo, Zé Socic, Ari Ribeiro, Hélio Soares, Agnelo Amorim e Pedro e Chico (filhos de Arruda). Acredito que seja o mais antigo “racha” do salonismo campinense e que ainda funciona às manhãs de domingo (até às 9 horas) no Clube dos Trabalhadores. Além dos citados fundadores temos lembranças de figuras de renome tais como: Amauri Capiba, Waltão (do Itaú), Simplicio, Lindaci (Ciba) Cinebaldo, Renato Ribeiro e seu filho Ricardo (goleiro), Nelson Gambarra, Torres (dentista), Evandro Sabino, Marcondes Saraiva, Zeca Chabo, João da Penha, Oliveiros Oliveira, Etiel, Arlindo Almeida, Zé Claudio, Antonio Ventura, Careca (barbeiro), Elcio Soares, Enedino e seu filho (gordo), Baltazar, Barbosinha, Bernovaldo, Genival Lacerda, Herbert e Hermano Targino, entre outros. Ressaltamos a continuação através de seus filhos e netos.
De Assis Gouveia – Pedro, Bila (Moisés), Nego (Diassis e Felipe), Bago (Thiago) e Gugu.
De Arruda: Chico e Alexandre. De Renato Ribeiro: Ricardo (goleiro). De Oliveiros: Oly e Guga. De Aluizio: Fábio e seu cunhado Caúla. De Edmar: Eder.
Na época a melhor equipe de futebol do mundo era a brasileira (canarinha) e o pior time do campeonato paraibano era o Guarabira. Dessa fusão saiu o nome CANA + BIRA = CANABIRA.
Futebol de campo
Saragossy
No futebol de campo passei alguns anos jogando nas manhãs dominicais no “racha Saragossy”. Lembro-me, com saudade, de Silvestre, Elias, Betinho, Macola, Juju, Tenório, Beto, Duda, Samuel (da Floresta), Josias (Livraria Universal) entre outros.
Dessa foto lembro-me de Silvestre (falecido), Tenório, Beto, Duda (falecido), Samuel (da Floresta).
Milionários
Tive rápida passagem por este “racha” que se realizava no campo do Paulistano. Recordações de Josué (falecido), Jessé (Jacaré), Josias, Fuba, entre outros.
Curiosidades: Quando cheguei a Campina hospedei-me no então Grande Hotel (Prefeitura). Fui seu último hóspede. Em seguida hospedei-me no Majestic (onde ainda funciona na Rua Maciel Pinheiro). Eram seus proprietários D.Severina e seu filho Getúlio Buarque. Quase sempre almoçava no Restaurante Pérola (D. Carminha) e tinha um amigo na pessoa do então garçom Inácio (que posteriormente trabalhou na Cabana do Posidônio). Ia muito ao bar “Dubraz” (depois Cearense), onde era recebido pelo simpático e gentil Valmir (do Miúra). Almocei muito no Restaurante Bolero. Freqüentava as noites das “Tertúlias” no Campinense e após meia noite ia caminhando a pé até ao hotel (época em que reinava a segurança e tranqüilidade). Era costume, naquela época, a realização de “assustados”, onde reinava Waldir Calmon.
3 comentários:
Marcílio Soares
Parabéns por essa entrevista,e pela história de Aluizio. Lembro-me bem do Aluizio jogando, muito bom jogador, aplicado, disciplinado e grande artilheiro. Calmo, quase não se ouvia falar, mas para os adversários era uma preocupação, pois quando tinha a bola no pé, se mostrava sempre perigoso.
Um homem vitorioso, dentro e fora das quadras. . .posso dizer que Aluizio sempre foi um bom carater.
Parabéns mais uma vez a Aluizio, por tudo que fez pelo o esporte, sem dúvida, seu nome configura na história dos bons jogadores de Futsal de Campina Grande.
Muito bem pensado esse espaço onde o atleta possa contar a sua história.E sobre o amigo ALUIZIO, afirmo que foi um dos melhores atacantes que eu vi jogar ! Quando jogava contra o mesmo não podia em nenhum momento cometer o menor vacilo, pois era rapidíssimo e chutava muito bem. Não se via jogadas desleais, ou outras "malandragens" por parte do Aluizio, sabia respeitar o adversário como também era respeitado.
Sem sombra de dúvidas um dos melhores atacantes da história do futsal de Campina Grande e por que não dizer da Paraiba. Aliás Campina Grande sempre foi celeiro de grandes cracks !
Parabens Aluizio pela brilhante carreira no furtsal de nossa cidade.
Minha satisfação é tamanha por ter tido o previlégio de trabalhar ao lado deste homem,honesto,correto e altamente responsavel em tudo que fazia naquela casa bancária(B.Itaú),transmitia a nós companheiros de trabalho uma segurança, era uma enciclopédia viva
a disposição de todos os funcionários.
(Joacil)
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