Seguiram-se outros amistosos nos meses seguintes praticamente com os mesmos jogadores que o fundaram, até que o clube estreasse de forma definitiva nos gramadas de outras cidades da Paraíba. Por ter alcançado o sucesso já em seu primeiro ano de vida, houve um consenso de que o trabalho foi aprovado. Mas era preciso sonhar mais alto. Era preciso recolocar o futebol do São José na elite do futebol campinense e paraibano. Nem que fosse pelas mãos do caçula da cidade.
1967/68 – A presidência dá início a uma nova fase do clube, a começar pelo desligamento dos jogadores que não freqüentavam as sessões marcadas. Três faltas implicariam a eliminação do seu nome. A diretoria partiu para a contenção de despesas.
Nova Roupagem - Não bastasse essa mudança estrutura do clube, o Everton também passa por uma nova roupagem. O uniforme ganha outro tom de Vermelho, mais claro, somado ao tom verde escuro já tradicional. O escudo, por sua vez, ganha um novo desenho, mas sem perder seus elementos originais, como a alusão à Zé Carioca (nas listras vermelhas, verdes e brancas) e às inicias do nome Everton Esporte Clube (E.E.C).
Sede própria – O tempo foi passando e no clube, os dirigentes e jogadores do Everton, sentiram-se em condições de oferecer mais ao seu quadro social e a comunidade em geral, que estava receptiva ao novo clube e a inovações. As reuniões dos sócios deixam de ser realizadas na casa de Genival Praxedes, pois o clube já conta com sua sede própria, alugada e que também começa nesta década a se tornar o ponto de encontros recreativos e de atividades sociais do time, Aos 30 de abril de 1967, o Everton Esporte Clube promoveu a mudança de sede e fez sua primeira reunião na nova (conforme foto histórica abaixo. Desta forma, foram ampliadas as frentes de atuação junto ao quadro social, dinamizando cada uma destas áreas
O Clube desfrutava de uma estrutura sólida em toda sua plenitude, oferecendo aos seus associados um lugar agradável ao lazer, contando com os seguintes jogos: Baralho, bingo, dominó, porrinha etc. O Clube tinha como meta prioritária oferecer ao seu quadro de associados e também a comunidade do São José, sua sede como lugar de encontros, para que desta forma, todos pudessem usufruir. O Clube também cedia a sua sede para aulas do Mobral da prefeitura.
Com a Sede definitiva - Foram muitos anos de suor e trabalho até conseguirem sua sede própria. Lutaram bastante, batalharam. Anteriormente, já tinham se instalado em uns três ou quatro locais. Mas queriam algo definitivo, só deles. E conseguiram. Suas raízes estão, definitivamente, fincadas no bairro.
Hoje, situado num dos locais mais valorizados de Campina Grande, no Parque do Povo, o Everton pode orgulhar-se de sua infra-estrutura. Possui uma sede social e um campo de futebol de fazer inveja aos times de Campina.
Normalmente as antigas sedes eram alugadas, o Everton peregrinou por muito tempo por toda extensão do bairro, ocupando diferentes imóveis. Mais tarde, a sede (por gentileza de um ex-jogador Zé Luiz Junior) foi transferida para o anexo da sede administrativa do clube da Bolsa de Mercadoria de Campina Grande, em frente ao Parque do Povo, onde permanece até os dias atuais.
O Everton cresce, junto com o futebol e o Bairro - Na final década de 60, o bairro do São José tinha uma população crescendo ininterruptamente. E, graças à fundação do Everton, o futebol no bairro ganhou um novo ímpeto. Nos três jogos disputados contra outros times, o público presente no campo já era grande. Nessa nova "onda" futebolística, viriam a surgir outros dois clubes no bairro: o Grêmio e o Embirense, o futebol se enraizava, definitivamente, no bairro.
Durante muito tempo o time teve que jogar em campos dos adversários, tendo muitas vezes que encarar varias adversidades, mas isso não era o suficiente para derrubar a alegria das pessoas em ver o Everton jogar, lotavam as caçamba do caminhão, ônibus ou algum carro de um amigo e rumavam para ver o time em ação, e sempre viam grandes espetáculos.
Outras atividades – O Everton mantinha outras atividades entre seus membros, além da prática do futebol de campo, se reuniam regularmente no cinema, na praça e em barzinhos do bairro, especialmente para comemorar datas especiais, como Natal, Páscoa, aniversários, etc. e em eventos de época: - festas juninas, primando pelo congraçamento entre seus participantes.
O Bairro do São José
O São José era um bairro que tinha vida própria. Ele tem história e essa tradição começa no próprio carinho e respeito que a população mantinha com a Igreja que, segundo depoimentos e registros antigos, foi erguida em 1915, pelo Bispo da época. Ele ergueu a primeira capela sob a proteção de Nossa Senhora da Guia. Muitos anos depois, a região acolhia numerosos fiéis devotos da Santa, moradores ou não do Bairro. Fiel às tradições folclóricas e à religiosidade, as Quermesses, as Novenas, a Folia de Reis, a Festa da Padroeira, o Judas, Serra Velho e o carnaval. Eram manifestações populares ansiosamente aguardadas por todos.
ATIVIDADES CULTURAIS , ESPORTIVAS E FOLCLORICAS DO SÃO JOSE
Nós freqüentávamos o cinema do bairro, o Cine São José. No cinema tinham sempre um guarda com uma lanterninha que ajudava o pessoal a sentar depois que a luz já tinha se apagado. Quando chegávamos mais cedo, ficávamos olhando os cartazes na sala de espera. Comprávamos no bomboniere de D. Eulampia (da mãe de Cuscuz já falecido) ou um dropes Dulcora, ou aqueles confeitos gasosos ou um saquinho de pipoca - que era realmente pequenino na época! De repente lá estávamos nós no escurinho, a cortina abria devagar e na grande tela começava a passar... O Documentário Canal 100 ! - Na época era obrigatório! Depois vinha os trailiers, o filme e encerrando com o Seriado, que terminava sempre com a frase “continua na próxima semana.”
O SERRA VELHO - Semelhante à brincadeira do Judas. O grupo de serradores eram sempre os desportistas: Tom, Jobedis, Iacoíno, Sabará, Naldo, China, Bonga, Negro Jaca, Jório, Chico Cateta, Mestre, Zeca, Cachepa, Tonheca, Oberdan, Wallace, Fuba entre outros, que que se reuniam de madrugada para serrar principalmente figuras populares e que fossem poupeiros. As Figuras serradas todo ano eram: Seu Merêncio, Carlito, Daura de Alencar, Vicente Fuá sapateiro, Antonio Vigolvino (sapateiro), Olindina, Lídia Paiva Neves, D. Esmeralda etc. Os serradores tinham um serrote e uma corrente de bicicleta, e iam serrando, cantando, chorando e dizendo - Fulano de tal chegou tua hora... Ai. Ai. Ai.Vai morrer cabueta....
Malhação do Judas
O Bairro de São José sempre teve na Semana Santa a tradicional Malhação do Judas, o traidor de Cristo. Feito de roupas velhas, cheio de capim, outros enchimentos e objetos interessantes. Legados para serem devolvidos ao próprio dono (o homenageado). O Judas desfilava em cima do caminhão, de seu Chico Felix (pai de Naldo) sendo cantado por Fuba e Gordo Pantera o seguinte Refrão – Judas, cabra safado, que nunca beijou a Cruz e ontem por estas horas queria entregar Jesus. – e a galera respondia; - cabueta, cabueta, cabueta, , sob aplausos da população.
O Testamento do Judas - No Sábado o Judas já amanhecia pendurado no poste. Conforme as crianças iam acordando, já vinham reunir-se junto ao poste à espera da brincadeira. Em geral, eles se armavam com um pedaço de pau, sarrafo de cerca ou algo parecido. Lá pelas 9 ou 10 horas da manhã alguém descia o Judas do poste, amarrava uma corda no pescoço ou por baixo dos braços do Judas, para poder puxar sem ele se partir. O Judas deixava seu testamento para ser lido sempre cômico, satirizando alguém do bairro ou da terra. Essa festa era freqüentemente realizada no bairro.
Os Bate Papos no Banco da Praça - Não podemos falar do futebol no bairro do São José sem falar tambem dos bate papos sobre o futebol e outras coisas utra atividade de lazer no bairro pelos desportista era o banco da Praça da Praça do Trabalho. O grupo se reunia, depois do assistir um filme no Cine São José. E corriam cedo para conquistar um espaço no disputadíssimo banco. Era à hora de comentar o filme e as esperadas fofocas do bairro, do filme e do futebol. Das 9h00 da noite até 2 a 3 horas manhã. Quando a maioria das pessoas dormia, eles deixavam o banco e ia animado para suas casas dormir.
QUEBRA PANELA – O Quebra a panela de barro, cheia de bombons, "chicletes" e pendurada num cordão grosso. Com os olhos tapados e um pau na mão, uma das crianças do bairro se movimenta, vagarosamente, para dar pancada na panela de barro até quebrá-la. A criança para quebrar o vaso deve ficar de olhos vendados, tendo o orientado o cuidado de não deixar que ela fique debaixo da panela. Para isso usar um bastão grande.
A Corrida do Asfalto - Tudo começou com a inauguração do asfalto da rua principal do Bairro do São José. Onde a rapaziada se inspirou na corrida, depois que viram um documentário no Cine São José. Depois de assistir, eles não tiveram dúvidas de fazer a corrida no bairro na Inauguração do Asfalto. A participação dos atletas ficou, contudo restrita aos homens folclóricos do bairro: Fuba e Zé Balbino. Para os atletas, o clima e a receptividade dos moradores do bairro não poderia ser melhor. Eles tinham até treinadores (os de Zé Balbino era Jobão e Vadico Sabino e o de Fuba era Sabará). Logo cedo, no dia 31 de dezembro, as ruas do bairro anunciam o espetáculo, principalmente ‘a meia-noite daquele mesmo ano. Foi dado a largada e a disputa foi ferrenha. Zé Balbino estava mais preparado fisicamente e escreveu o seu nome na história desta prova como o primeiro vencedor. A festa depois foi realizada na casa de Vadico Sabino, durante as comemorações Vadico deu corda a Zé Balbino para desfiar o treinador de fubá (Sabará) o mesmo aceitou e ganhou o dessafio.
Assustados e Festas - Os anos 70/80 já se foram, mas como sempre as músicas dessas épocas permanecem como uma marca indelével nas memórias de todos nós. Sucesso absoluto, nos assustados na Liberdade na casa das galegas com Jalapa com calo seco ao son de Saraiva (festa mais popular da época). O Clube Paulistano a Tertúlia do Campinense, a Unidade Moreninha e o “Bar” Dançante de Anita que eram aclamados pela população masculina como as mais divertidas da noite da cidade. Com atração à parte, a distribuição de bonitas garotas, ao público que animavam ainda mais a festa. As boates da AABB, Maria Fumaça, Esquina, Preto e Branco, Cartola, Ubá Ula, Wiskisito, entre outras. Trazendo de volta o som que embalou a nossa juventude, nomes como Santa Esmeralda, Santana, Fivers, Roberto Carlos, Erasmo, Golden Boys, Renato e Seus Blues Caps, Pholhas, Bee Gees e muitos outros que aquentaram as pistas de dança.
As serenatas – Era um tempo em que a jovem ficava romanticamente na janela, e seu enamorado ou paquera fazia-lhe lindas serenatas. Época essencialmente romântica.
Jogo de Porrinha - A brincadeira consistia em acertar-se o número de pontos que está na mão dos adversários, somando aos seus. Para isso, cada jogador utiliza-se de três palitos, no máximo, podendo em cada partida colocar na mão todos os três. Caso contrário jogará com dois, com apenas um, e ainda poderá sair jogando com a mão vazia, ou seja, zero ponto (sair de lona), deixando os palitos escondidos na outra mão. O jogo começava sempre nos bares do Bairro valendo sempre cervejas e tira-gostos. Os jogadores habituais eram: Son, Jóbedis, Fernando, Sabará, China, Tom, Raul, Zeca, Mestre, Nenê, Jonas Didi, Albertinho, Madruga, Glauco, Arlindo, Tonheca, Chiquinho entre outros. Tinha sempre uma “mãe de leite” que perdia toda vez e outros de muita “sorte” que dificilmente perdiam.
Desfile de Fantasia no Carnaval - A AABB queria promover o carnaval e Jobedis, como sócio-atleta da AABB foi convidado pela diretoria para ser diretor social e promover o carnaval do clube. Os bailes seriam dedicados aos associados e convidados que, com muita alegria, contaminariam os salões com grande euforia. Os moradores do Bairroformaram um bloco chamado “Os vadios do São José” (Son, Jobão, Fernando Canguru, Beri, Corrinha, Catita, Firmino, Marcos Machado, Glauco entre outros ).Na sexta-feira o carnaval ficou ainda mais animado com o tradicional concurso de fantasias, momento mais aguardado da festa. O Bairro do São José era representado por João Enganei Mãe com a fantasia “A aranha no Ano2000” . Os participantes do bloco procuraram mostrar muita criatividade na confecção da fantasia do nosso representante, que distribuía charme e carisma na hora do desfile, encantando não só os foliões do baile, como todos seus parentes e torcedores. E para esquentar mesmo o clima carnavalesco. João com uma sua fantasia original ficou entre os três primeiros lugares, concorrendo ao prêmio máximo. - Continua o desfile de fantasias e nosso representante tirou em 2º lugar, apesar dos protestos da torcida. Os prêmios foram atribuídos segundos os “jurados” de acordo com a originalidade e luxo, além da premiação surpresa e menção honrosa. Mesmo assim, fomos bem representados pelo nosso querido amigo. O carnaval da AABB decorreu num clima de “paz” - Apesar de alguns engraçadinhos que tentaram bagunçar a festa mais foram contidos por alguns foliôes do bairro. Muita gente da galera entrou no tumulto fora da sede social e expulsaram os desordeiros no pau. Novamente o carnaval nos dias seguintes transcorreu em um ambiente festivo e de completa tranqüilidade.
Desfile de Fantasia no Carnaval - A AABB queria promover o carnaval e Jobedis, como sócio-atleta da AABB foi convidado pela diretoria para ser diretor social e promover o carnaval do clube. Os bailes seriam dedicados aos associados e convidados que, com muita alegria, contaminariam os salões com grande euforia. Os moradores do Bairroformaram um bloco chamado “Os vadios do São José” (Son, Jobão, Fernando Canguru, Beri, Corrinha, Catita, Firmino, Marcos Machado, Glauco entre outros ).Na sexta-feira o carnaval ficou ainda mais animado com o tradicional concurso de fantasias, momento mais aguardado da festa. O Bairro do São José era representado por João Enganei Mãe com a fantasia “A aranha no Ano
Na foto Histórica alguns jogadores do Everton com amigas noBloco “Vadios do São José: Maika, Jobedis, Nice, Verônica (irmã de Naldo), Naldo, Beri, Patrícia e Som no carnaval da AABB .
1969 - Mil novecentos e sessenta e nove foi um ano repleto de acontecimentos memoráveis. Tudo estava em plena transformação, assim, as novidades e descobertas acabaram sendo inevitáveis. No campo da tecnologia e desenvolvimento, uma inovação mudaria o destino da humanidade: a internet, originalmente criada para interligar laboratórios de pesquisa, acabava de nascer. No mesmo ano, surgia em Santo Amaro a Associação Esportiva Santa Amélia, um time de vencedores que hoje mostra-se ao mundo através das telas dos computadores.Ainda em 69, que o primeiro homem, Neil Armstrong, foi enviado a Lua, tornando-se eterna a sua frase: "um pequeno passo para o homem, um passo gigantesco para a humanidade".No Brasil, começava o período do general Médici como Presidente da República, marcado pelo fabuloso crescimento econômico do país, conhecido como o "milagre brasileiro". Foi sob o seu comando, que surgiram frases de otimismo e patriotismo, como: "Brasil, Ame-o ou Deixe-o". Nos Eua, Richard Nixon tomava posse. Martin Luther King e Robert Kennedy são mortos a tiros e a guerra do Vietnã estava apenas começando.
No Bairo do São José se comemorava 3 anos da fundação do Everton Esporte Clube, que agora contamos a sua história neste informativo de Memórias.
Mil novecentos e sessenta e nove foi um ano repleto de acontecimentos memoráveis. Tudo estava em plena transformação, assim, no Everton tambem algumas novidades acabaram sendo inevitáveis.
VEJAM AS PROXIMAS PAGINAS:
DECADA DE 70 – ANOS DAS GRANDES CONQUISTAS
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