Benedito Antonio Luciano - Ex - jogador
O Flamengo da Bela Vista foi um dos bons times de pelada de Campina Grande. Segundo informação obtida junto ao colega Biu Eloy, o rubro-negro da Bela Vista, como ficou conhecido, foi criado no dia 25 de junho de 1956, por Carlinhos, um jovem desportista morador da Avenida Rio Branco.
Por volta de 1957, o meu pai, Pedro Antonio Luciano, veio morar no bairro Bela Vista e nos domingos pela manhã ele tinha dois compromissos: assistir a missa na Igreja do Rosário e, depois, assistir aos jogos do Flamengo da Bela Vista. Foi assim que comecei a torcer pelas cores vermelho e preta.
Em termos organizacionais, o time tinha uma sede, um presidente e um tesoureiro (meu pai foi um deles). Lembro-me de uma sede localizada na Rua Cônego Pequeno, por trás de uma mercearia pertencente a um senhor chamado Jeremias, pai de dois jogadores do time aspirante do Flamengo: Jessé e Jairo. Ali, nos sábados à noite, eram realizadas as reuniões para discutir o jogo do domingo e para que os jogadores pudessem contribuir financeiramente para a manutenção do time. Foram com essas contribuições e com o empenho de João Baiano que o Flamengo deixou de ser um time que jogava descalço: foram compradas chuteiras, uniformes completos, bolas e redes. No primeiro jogo, com os jogadores calçados de chuteiras, o Flamengo empatou com o Têxtil em dois a dois.
Originalmente, o campo que veio a pertencer ao Flamengo pertencia a um time chamado Canto do Rio. Foi nesse campo, localizado num terreno ao lado do atual campo de futebol do Campinense Clube, no bairro Bela Vista que, aos quatorze anos, joguei a minha primeira partida como goleiro do time aspirante (segundo quadro) do Flamengo.
Sob diferentes diretorias, passaram pelo Flamengo grandes jogadores, alguns deles com destacada atuação em times profissionais: Edgar (duas vezes artilheiro do campeonato paraibano, jogando pelo Campinense Clube, em 1971 e 1972), Ivan Lopes, Poroca, Lula, Solon, Clovis, Ednaldo, Adautinho, Nenéu e Abidoral.
Hoje, o Flamengo da Bela Vista é apenas memória. Porém, ao longo de sua existência ele fez história. Uma história que precisa ser contada, pois foi onze vezes campeão do bairro e, em sua categoria, conquistou cinco títulos de campeão da cidade de Campina Grande, um deles de forma invicta, enfrentando na partida final o time do Mariluz, no Estádio Municipal Plínio Lemos. Uma história que precisa ser resgatada, pois boa parte da história documental desse grande time, organizada por Biturim e Biu Eloy, não soube ser preservada pelas últimas diretorias.
Abaixo um dos times do Flamengo da Bela Vista:
Benedito Antonio Luciano - Ex - jogador
O autor é professor do DEE/UFCG
Artigo publicado no Diário da Borborema, em 22 de maio de 2008.
6 comentários:
Poxa vida, acabei achando esse blog meio que sem querer e acabei de me surpreendendo quando vi este post. Tenho 27 anos e ainda moro nesse bairro, meu pai também foi ex jogador do flamengo e até hoje ainda tem algumas fotos de outros bons times, seu nome é Antônio, ou mais conhecido como Toinho do bar, mora hoje na rua idelfonso aires. Quando criança ainda consegui alcançar a sede do flamengo, onde tinha sinucas e troféus, o último cidadão a zelar pelo que restou foi um senhor chamado Evandro, depois que ele morreu tudo acabou.
Sou Bituri, resido em Porto Velho (RO), desde 1985. Joguei de 1967 até 1981 no Flamengo. Tenho que contar toda a história deste clube. Fiquei emocionado com a história contata pelo meu grande goleiro Bené. Juntos, jogamos nos idos de 1968/69, no aspirante do Flamengo. A matéria do Bené foi na jugular. Tanta saudade!!! Quando for em Campina Grande, vou procurar Bené para contar essa história a quatro mãos. Quem é que não lembra de Toinho Bituri? Jogava em qualquer posição. Era um excelente zagueiro e um grande atacante. Ficou a saudade...
Grande Toinho Bituri (Antônio Araújo de Queiroz), estimado colega do Bairro da Bela Vista, do Estadual da Prata e do Flamengo da Bela Vista. Começamos jogando barra-a-barra com bola de meia quando cursávamos o primeiro ano ginasial, em 1966. Depois, fomos para o futebol de campo: eu na posição de goleiro e você de centro-avante. Temos muitos causos pra contar sobre a nossa passagem pelo Flamengo da Bela Vista e pelo Clube de Jovem na SAB da Bela Vista, você como locutor e eu na seleção musical. Dia desses haveremos de nos encontrar para combinar a redação dessa história a quatro mãos, oportunidade em que pedirei a tua permissão para tornar público a origem da alcunha de Toinho Bituri.
Fraternalmente,
Bené
Prezado Toinho Bituri,
É com pesar que comunico a morte de Toinho Burra Preta (Antonio Carlota), ocorrida ontem, 14/09/2012, no Hospital da FAP, em Campina Grande. Antonio Carlota jogou conosco no Flamengo da Bela Vista e em outros times do futebol amador de Campina Grande. Na foto do Flamengo da Bela Vista postada neste Museu do Esporte de Campina Grande, Toinho é o segundo agachado da direita para a esquerda.
Minhas condolências aos familiares do colega Antonio Carlota.
Bené
Zezinho,o ultimo agachado da esquerda para direita,é meu pai que faleceu em 2011,uma pena que ele não pôde ver esse poster.
Ola meu mome é Franciclaudio (Kada) Tive o prazer de jogar pelo FLAMENGO DA BELA VISTA conheço Tonhe Bituri gente fina que depois da saida do Flamengo com um certo tempo fudou o Dom Pedro Segundo se não me engano. SHIOW DE BOLA A MENSAGEM PASSA DA POR BIO ÉLOI QUE CONSIDERO ATÉ HJ UMA DAS PESSOAS MAIS ORGANIZADA QUANDO SE TRATA DE FUTEBOL DE PELADA
Postar um comentário