Surgia na década de 60 em Campina Grande uma das mais tradicionais equipes do futebol amador da nossa cidade, o Grêmio. Situado an Rua São Joaquim, na comunidade que existia no bairro do São José. Que teve nome da equipe escolhido em homenagem ao Grêmio do Rio Grande do Sul. O time foi formado por pessoas que vieram de todos os canto da Paraiba, atraídos pelas expectativas de uma vida melhor, com a criação de novos empregos na cidade
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Os mais vividos vão se lembrar que o campo era no leito seco do antigo Açude Novo, era pouco gramado com vemos na foto e com tamanho oficial. Mas como para muitas pessoas que deixaram suas casas no interior dos estados e não obtiveram êxito na busca de uma vida melhor e a grande ocupação sem infra-estrutura, mas feito de pessoas trabalhadoras e vencedoras que se dedicaram em buscar suas sobrevivências e conviveram com as alegrias e tristezas, das vitórias e derrotas da equipe em seus poucos anos de existência. Quando você perguntar a um morador da comunidade a ou a um desportista de Campina Grande e região, com certeza ele terá uma historia para contar, pois ali passaram vários jogadores e boas pessoas.
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Na Foto Histórica de de autoria de Marcos Soares vemos: Tanda, Nego Roberto, Netinho, Pedro Pascoal, Raimundo Garson e Banana. Agachados: Guel, Lidio,Zé Soares, Sabará e Jairo
O Mascote do time era um bode chamado Armando
Não foi por acaso que o bode foi escolhido como símbolo do Gremio. Existiram várias razões para a escolha da mascote. O bode é um animal ruminante que tem como característica biológica processar sua alimentação de forma bastante complexa, em função de o seu estômago ser dividido em várias partes, o que lhe obriga mastigar os alimentos que ingere, Esta característica do ruminante foi copiada pelo time do Gremio. O time era como o bode ruminante, que mastigava seu adversário o tempo todo, até terminar a partida que estava jogando.
E válido lembrar que o Grêmio possuía um dos melhores campos de Campina Grande na época, em infra-estrutura e que para disputar amistosos ou torneios não tinha de ir para campos de outras equipes e se locomover para eles, podia treinar e tinha espaço para tal. Temos apenas de homenagear os abnegados moradores da comunidade e tantos outros que largaram suas famílias e doaram seus suores e sangue pela existência do clube.
Dos presidentes e fundadores do Grêmio, um ficou marcado em minha lembrança e provavelmente na de todos os moradores do bairro e de todos os jogadores que um dia passaram pelo clube ou jogaram contra ele: o Nego Roberto era um negro de mais de um metro e setenta de altura, porém aparentava ser ainda mais alto em função do topete que usava em seu pixaim, que tinha mais de um palmo acima da testa.
Ele era sapateiro de profissão, sujeito simples e calmo, e não me recordo de tê-lo visto envolvido em qualquer briga ou encrenca. Estava sempre mascando um talo de semente de capim, e não largava em momento algum uma faca de sapateiro fina e comprida, com a qual cortava o couro para os sapatos, bola ou chuteira que recondicionava. Não era político e não tinha dinheiro, apenas era respeitado por todos e passava os momentos de folga trabalhando na sede para mantê-la em pé.
Nego Roberto não podia ver pessoas ficar a toa no campo e lá vinha, dando um ou outro afazer. A alguns meninos do morro ele sempre dava a tarefa de ir ao açougue do bairro pedir pedaços de sebo para ensebar as bolas; isto mesmo, ensebar as bolas. As bolas não eram feitas com materiais impermeáveis como hoje em dia, e se desgastavam muito rapidamente, pois os campos eram de terra batida. Assim sendo, utilizava-se a técnica de derreter o sebo de vaca em um fogão de lenha ou a fogareiro na brasa improvisado e, com o sebo amolecido, o mesmo era esfregado no couro da bola e na costura para protegê-la e impermeabilizá-la.
Ele executava esta tarefa com orgulho, pois após terminar de ensebar todas as bolas, o Nego Roberto emprestava uma, sempre a mais velha, para alguns fazerem uma pelada no campo.
Ele foi o presidente por muitos anos, provavelmente, e além de conduzir o time fundou a Escola de Samba senão me engano chamava-se "Unidos do Morro", que chegou a desfilar junto com as escolas de samba da cidade. Nunca casou, pois seu grande amor era o Morro. Também não deu bandeira, mas dizem que em algumas comunidade da nossa cidade muitos moleques nasceram com topete de cabelo pixaim e mascando um talo de capim.
Após a era Nego Roberto posso afirmar que o Grêmio existiu por alguns tempos no futebol amador de nossa cidade por pura abnegação dele, que dentro de seu corpo de quase um metro e oitenta, curvo e com apenas setenta quilos, teimando em manter o time e o nome do Gremio e a escola de samba vivos.Deixou saudades
2 comentários:
Jobão, o que me deixou saudades mesmo, era eu e uma galera lá da Aristides Lobo, ir ver o querido Sabará jogar, era atração a parte, pelo menos para nós, íamos primeiro alí pela rua que Oto morava, e chegávamos a sede, lá só em ver Sabará com aquela "touca" de meia transparente feminina na cabeça para deixar seu cabelo bem arrumado e soltando suas brinacadeiras, era uma atração a parte, aí quando Nego Roberto, gritava...vamos tá na hora de entrar em campo, ele retirava a sua touca e ia logo correndo para dentro de campo para não assanhar o cabelo...kkkkkkkkkkkk, num é para contar brincadeiras tb, amigo Sabará tudo isto mais com muito respeito, pois te admiro muito e sabes o quanto aprendí com vc no tempo do Raposinha, tú sabes como gosto de gréia e tem que ser contada, Jonas didi
Amigo Jobedis, o jogador do Gremio ao lado de Guel é Lídio que tinha uma Auto Escola e o Goleiro é o Garçon Raimundo.
Abraços
Benicio
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