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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

DE VOLTA PARA A SAUDADE - BAIRRO DO SÃO JOSÉ

POR: JOBEDIS MAGNO DE BRITO NEVES

Falar do Bairro do São José, antes de tudo é falar de um povo forte, trabalhador, honesto, que mesmo frente às adversidades, preconceitos e as batalhas diárias, não deixavam de sorrir, se divertir e de demonstrar sua amizade e solidariedade para com seus semelhantes.

Um Bairro, mais de uma centena de pessoas convivendo como irmãos, buscando na união a alegria de viver, forças para seguir em frente, buscando dias melhores, novos horizontes.

Falar do São José é também falar do banco da Praça do Trabalho onde hoje moram muitos dos filhos, netos e bisnetos dos primeiros moradores do Bairro.

Pessoas que continuam firme as suas raízes e que não largam por nada este cantinho de Campina Grande.

Desde a sua fundação, muita gente nasceu, cresceu, viveu e passou pelo bairro. Já outros, buscaram novos rumos para vencer na vida e estão por este imenso País, tentando a sorte. Outros já venceram e voltaram para nossa amada terra, muitos aqui mesmo conseguiram crescer e estão construindo uma vida melhor para si e seus filhos e familiares. Mas certamente todos carregam em si um profundo amor e respeito pelo bairro e por seus moradores e amigos.

A influência da nossa galera no bairro

Se não houvesse a amizade sincera da galera, acredito que a maioria daqueles grupinhos de jovens não teria muita perspectiva de crescimento. A não ser o fato de serem pessoas de família, de terem pais e mães como modelo de vida.  Com aquela orientação de nossos pais e amigos mais velhos que a gente recebia, fomos amadurecendo, colocando nas nossas cabeças que não era só aquilo, que a gente poderia trilhar um caminho melhor. Vimos que tínhamos que estudar progredir, buscar um objetivo maior de vida. Para a maioria da galera, isso foi muito importante porque eramos filhos de família pobre e nossos pais tinham pouca condição financeira.

A integração que o grupo proporcionou entre os jovens e suas famílias foram muito importantes para o bairro. Todos os jovens se conheciam, iam à casa uns dos outros e não havia distância entre eles e os adultos.

No nosso grupo, a maior liderança, a mais expressiva e carismática era a nossa forma de vontade. Ela era muito dinâmica, e tinha o diferencial para a época. Outros também exerciam uma liderança, como capitão do time do Everton, o dono do Bar Cristal (onde bebíamos fiado), que não era do bairro, mas acabou o adotando como seu. Zé Nogueira (presidente do time, por exemplo, era um líder, uma pessoa carismática, simpática e amiga).

Há muitos anos, já eram comuns, os moradores se unirem para lutar por melhorias para o bairro.

Temos inúmeras estórias engraçadas e pitorescas, de pessoas que viveram no bairro do São José, nas décadas passadas. São personagens e fatos que não mais encontram ambiente de reprodução nos dias atuais.

A vida relativamente calma daquela época propiciava às pessoas o preenchimento do seu tempo com conversas, ações e atitudes, nas quais pontilhava o senso de humor, a presença de espírito, a ironia. 

As “rodas de calçada” ou no “banco de praça” eram o cenário ideal de inúmeras estórias contadas e, muitas vezes, vividas. A televisão e a informática definitivamente baniram das nossas dia-a-dia essas conversas e o ambiente para o surgimento de novos personagens.

BAR CRISTAL O POINT DA NOSSA JUVENTUDE

Indiscutivelmente o “point” mais famoso do bairro do São José foi o Bar Cristal, ponto de encontro da galera  nas décadas de 70. No período em que esteve sob o comando de Wamberto Pinto Rocha, o Bar  era bastante animado.

No Bar Cristal nos finais de semana, logo a partir das dez horas começava a chegada dos habituês, aos poucos iam tomando conta das mesas, e por vota do meio-dia não se conseguia mais uma cadeira. Wamberto e seu irmão João  se desdobravam para atender a demanda dos clientes, servido um tira-gosto pra, uma cerveja pra outro, apostados na porrinha.

Depois surgiu o Bar o Bocão. Foi um dos primeiros locais a usar decoração e iluminação próprias das boates, onde a juventude da época podia curtir um “cuba libre” ao som inesquecível dos embalos de sucessos da época. 

Recordo que naquele tempo  paredes internas do bar eram revestidas com esteiras feitas de fibra do tronco de bananeiras, o que associado a uma iluminação luz negra, dava aspecto agradável, tranqüilo e ao mesmo tempo romântico ao local.

Em dias de festas – natal, ano-novo, São José, jogos e vitorias do Everton, a movimentação se tornava intensa.. Só tive  conhecimento de apenas um incidente ocorrido daquele Bar (um vagabundo de fora) mas não com a  entre a juventude freqüentadora. 

É verdade que naqueles tempos de grana curta, não se podia exagerar, mas sempre se arranjava um jeitinho de curtir um final de tarde naquele que era o melhor ambiente da cidade: o “Bar Cristal” da nossa  juventude.

São figuras que agregavam uma série de detalhes de personalidade que poderiam constar como personagens de muitos livros. Todos eles são de uma riqueza que as gerações atuais não fazem a menor idéia. Numa mesma época, o bairro do São José foi repleto de pessoas ilustres, inteligentes, literatos, historiadores, grandes atletas, críticos, poliglotas, questionadores, vadios etc.

E o mais grave e triste: estão volatilizando os últimos vestígios desta verdadeira seleção, com o natural desaparecimento desses personagens e daqueles que conviveram com eles.

Eram tempos felizes, nos quais as pessoas viviam com mais espontaneidade, encontrando satisfação nas coisas simples do cotidiano.

Aliás, esta tradição de ser um povo espirituoso, ter sempre uma resposta pronta, é antiga.


Tinha pessoas de aguçada inteligência, memória privilegiada e grande senso de humor, tinha sempre um prato feito para animar qualquer reunião. A estas qualidades já citadas, acrescente-se o grande dom de contar estórias, dando-lhes um sabor todo especial.

 FOTOS DE NOSSA JUVENTUDE DE ANTIGAMENTE:












 



                              UALA, JOBEDIS, NALDO, HERMANI, MARIBONDE E LULA


Na foto: Sassá, Sabará, Fernando Canguru, Marcos Katita, Roosevelt, Seu Iracy, no Pandeiro Joza, Nei, Pedro sandum Seu Futenta, Nego Luca, Martinho e Glauco Kardec






7 comentários:

Anônimo disse...

São José! Um bairro inesquecível para todos nós que nascemos, crescemos e convivemos juntos. Me considero afortunado, pois todos os dias indo ao trabalho, passo nos locais prediletos de nossa infância e juventude.do
Corroboro e ratifico todo relato e com a sensibilidade com que o editor se colocou nessa meteria. Falou tudo que gostaria de dizer.

Parabéns!!!

Vadinho

Judy Resende disse...

O bairro S.José,tem História! bons tempos!
há 15 minutos · Curtir

Adauto Barros disse...

bons tempos aquele. Todo mundo magrinho.

Paulo Roberto Figueiredo disse...

Jobedis, estou perto do Raul de bigode tem um braço passando na minha frente, essa turma era demais, fernando, eu acho que é vc junto do glauco, inaldo, som, martinho, picolé, fubá, não mim lembro dos outros amigos da nossa época.

Hildeman disse...

Boa Jobédis, mate o velho , mate, com tantas recordações bonitas de nosso querido bairro. Vc é o cara que nos deixa cada vêz mais emocionado...

Anônimo disse...

Jobão amigo meu irmão...tudo isso e muito mais, me remete a um passado onde eu "era feliz e sabia sim"...esse bairro, essa galera...tenho um amor que nem sei medir...e sim curtir com muita saudade, que faz sim ao coração...vc mesmo já citou isso, por isso vc sempre nos dar essa imensa alegria ao postar tanta coisa maravilhosa...essa foto do Bar Cristal...vcs sabem porque eu não estou ai?, ora eu fui quem tirei a foto, kkkkkkkkkkkkk, sei não, apenas para dar um bom humor aqui...minha marca registrada.
Valeu Jobão.
Abs Jonas idi

Geraldo disse...

Turma como essa que foi formada no São José, não vai aparecer outra, creio eu, nunca mais. Éramos como se todos fossem de uma mesma família. Tinha turma mais velha (os que formaram a Portuguesa), depois foi chegando os mais novos (que ajudaram a formarar o Everton). O importante é que os mais velhos acolhiam os mais novos sem nenhuma restrição. Isso aconteceu, se não me engano, durante três gerações. Comportamento como esse, so se vê em família(os filhos mais velhos acolhem os irmãos mais novos. Abraços a todos Maribondo

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