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sábado, 18 de agosto de 2012

DE VOLTA PARA A SAUDADE - BAIRRO DO SÃO JOSÉ

POR: JOBEDIS MAGNO DE BRITO NEVES


Quando esbarro em gente que lê aqui no Museu do Esporte de Campina Grande e pedem que escreva algo além do esporte, a energia do ser determinante vem em forma de ordens e faz com que a volta ao computador se faça suavemente feliz.

Quando teclo, procuro sempre o melhor dos momentos procurando na interrogativa do anonimato formar uma corrente de amigos e amigas que se estendem pelo mundo afora e que me fez ver a beleza da tecnologia numa aliança pura com conhecidos que nem sei o rosto, mas que transmitem no teclar os sentimentos que cortam o PC e chegam à alma.

Queria homenagear todos os antigos moradores do São José do passado. Dos meus amigos de infância e juventude, onde eu tinha conhecimento deles porque fomos criados juntos e juntos tivemos boas fases na vida. Fiquei pensando que vou dizer dos meus amigos e amigas?

Nesta foto as garçonetes da Festa da Padroeira e antigos moradores com Ze de Deda, Julio Aprigio, Dida,  Maneca, entre outros

Recordo-me deles, ainda menino, nas ruas do bairro do São José (conforme foto abaixo), eu ainda menino, a fazer travessuras. 

Pude participar de grandes momentos de nossas vidas e testemunhei com muitos amigos as nossas gargalhadas alegres e descontraídas. Fizemos parte das vivencias das ruas do bairro onde tudo começou em dezenas de vidas.

Nesta foto da década de 60 vemos Epitácio Soares Filho, Nego Gilson, Jobedis, Glauco Kardec e por trás do fusca o Bidurico

Quando "catuco" o interior de minha cabeça, buscando trazer as dormidas existências que pude ver e sentir. Acho que me sinto mais lisonjeiramente confortado. Mesmo que nessa busca interior esbarre em amigos mortos, gente que fez minha vida existir um dia e que me deu tristeza numa época.

Acho que neste rebuscamento podemos refrigerar todo o nosso ser e, pondo no papel estas reminiscências.

Tenho certeza de que cumpro uma missão confortadora com a essência vital. Se escrevo o que sinto e sinto o que escrevo,  O realizado se fixa no objetivo maior que é ser compreendido e entendido por quantos me conheceram e me conhecem hoje.

Há alguns tempos estou a escrever um livro sobre o bairro e gostaria que este estivesse nas bancas antes que minha geração toda deixasse de fazer história ou se esclerosasse.

O objetivo principal deste museu é para que estes relatos servissem para recordações de quem tem 50, 60 ou 70 anos em alegres reflexos com netos e filhos, passando senão minhas pequenas homenagens, os causo, histórias, mais outras que, esquecidas por mim, pudessem servir para abrir arquivos mentais empoeirados de velhos amigos, nas ausências sentidas. Se "alguém quiser contar uma historia ou causos do seu tempo de atleta que o “ontem" seria este meu objetivo principal.

Em cada um que se acharem citados ou esquecidos poderia por uma vírgula, um parágrafo, um texto que anexado a este.

Tudo que busco a aqui tentado relatar, fazem parte de um acervo existente em minha própria introspecção. Posso cometer alguns esquecimentos. Afinal estou passando dos 60 anos e, mesmo assim sinto o ser revigorado a cada pulsar de pensamento que coteja me obrigando a relatar novas memórias.

Vejo hoje que tudo na vida se resume num elo fraterno de gerações. Sentir saudade de meu tempo? Confesso que sinto muito realmente.  Preencho com a beleza dos tempos de minha neta que serão iguais ao tempo das netas dela.

Por viver o presente não consigo esquecer o passado nem me preocupo com o que as pessoas chamam de futuro. O tornasse alegre e desse um colorido as explicativas de cada um dos leitores com seus próprios descendentes.

O contar de coisas que vi e que vimos nos dias de nossa existência neste  bairro de suas ruas empoeiradas, das cadeiras nas Calçadas nas ruas e as famosos” prosas”.

Que cada amigo meu, cada contemporâneo abra o seu próprio Livro e o faça ser lido por quem precisa saber de nossas histórias e vivências. Muitas coisas e "causos havidos" serão engraçados. Outros nos levarão a saudade.

Voltando no tempo

Como num passe de mágica, mergulho no sentido anti-horário em busca dos tesouros do passado. Cerro os olhos e imagino páginas e páginas que já teriam sido viradas, porém jamais esquecidas. Vejo-me exatamente naquela moldura, junto com tudo de bom que tínhamos principalmente os pais, a liberdade, o ar puro, a inocência e um bairro inteiro como quase uma só família. Querer mais que isso seria fantasia, porém o tempo não perdoa.

Já houve tanta mudança que nos sentimos meio perdidos, assustados e, naturalmente, com muita saudade de tudo que foi destruído, morto ou modificado. Os sons, as imagens, as personagens. Quanta coisa perdida!


Nesta fotos os desportistas: Kiko, Hérmani, Icaro, Lula, Maribondo, Jobedis e Uala

Ainda resta um pedacinho desse passado maravilhoso, no que restou da casa onde nasci nas poucas construções da época que ainda resistem apesar de tudo que tem acontecido. Mas o que vivemos, e como vivemos no nosso Bairro do São José do passado só na memória de quem gravou com as lentes dos olhos e a filmadora do coração.

Nesta foto os carrinhos dos parques de diversão que chegavam no bairro do São José na festa da Padroeira. ( foto de Soter Carvalho)

Os encontros diários com os amigos, os muitos brinquedos artesanais, a simplicidade e a cordialidade de cada vizinho. Será que alguém, além de nós, viveu essa maravilha? Tenho muitas dúvidas a respeito disso. Foi um tempo encantador que será lembrado com saudade em cada episódio e em cada lágrima que brotar dos nossos olhos voltados para esse passado não muito distante.

Bom, eu me lembro que a criançada só brincava. Era muita brincadeira, a gente tinha essa obrigação da escola, e ficava sempre inventando brincadeiras quando. Brincávamos muito na rua. Eu gostava muito de jogar bola, joguei muito futebol, mas brincávamos de outras brincadeiras, de pega-pega, jogo de botão, academia, toca entre outras.


Ah, que saudades do Cine São José do Canal 100 que passava futebol em câmara lenta, closes e ângulos nunca vistos antes! A bola dividida, campo massacrado, grama arrancada pelas chuteiras dos jogadores. Ah, que saudades! Sem falar nos closes nas torcidas quase sempre mostrando pessoas com pequenos rádios de pilhas aos ouvidos, sorrisos sem dentes, tudo isso nos tempos que antecederam aos shoppings.

Ah, que saudades da musica “ah, que bonito é...” que exibindo filmes sobre futebol produzidos pelo Canal 100 de Carlos Niemeyer, nos anos 70.
Marcou o ideário de muitos de minha geração de 50 que, como eu, que já rompeu a barreira de meio século de existência! Essas lembranças povoam a memória dos de ontem; mas, infelizmente, não na geração de hoje, internectada e da era da TV a cabo!

Teste de memória para todos:

Sorveteria de seu Feliciano, Bar de Wamberto, Sorveteria Vitória de seu Feliciano, o foto São Jose de Boanerges e de Ferreira, das bengalas de D. Ivete,  do Parque Infantil, as tesouras de Maribondo. Helena Grega, As popas de Fuba Vei, a Padaria de seu César pai do Gordo Roosevelt o famoso Gordo da Padaria,  Bar de D. Burrega, o Sargento Pedro, o guarda Birô, o Gerente brabo do Cine São Jose seu Assis, as festas da padroeira e parques de diversão, os Campo de pelada campo da perua e do Ipase,  a Farmácia de Julio Aprígio, a Bodega de seu Leopoldo e Gilvani, Barbearia e alfaiataria do bairro,  colar no Campo do Treze, do seu Antonio Guedes, Carlito, Xidoca, Minininho, Xitota, de Ze Balbino, entre outros.

Quero lembrar aqui alguns personagens (amigos) quer fizeram parte da minha história...Madalena, Gerarda e Bibita, Iara, Zuleide, Cida, Iara Ana Iara, Salete Leal,  Marise, Alberto, Geraldo Leal, Dinaldo Trezinho, Martinho , Bidurico, Nego Ivaldo,  Nego Gilson, Naldo, Gato, Chó, Hermani , Glauco, e Pedrinho meus irmãos, Firmino, Nogueira, Catita, Vadico e Evandro Sabino. Marcos Machado, Son, Fernando Canguru, Jonas Didi, Tom,  Chininha, Décio, Enésio e Gilberto Pedrosa, Chico Cateta, Fernando Canguru, Son, Jonas Didi, Valdinho Carapuça, Paulo Xavier (de D. Inácia), Nenen,  Chiquinho, Seu Futenta, Iacoíno, Corrinha, Bebeca, João Enganei Mãe, Beri e Patrícia e D. Bárbara,  Desculpam-me se esqueci alguém... passo a bola pra vcs...

Algumas fotos dos amigos e amigas do Bairro

















Confesso que ao ler essa pequena lista de lembranças e antigas fotos dos amigos fiquei super-feliz, pois nela poderemos dividir com todos os amigos as nossas lembranças e aventuras vividas durante nossa infância e adolescência no nosso querido Bairro do São José. Somos de uma geração onde ainda se vivia intensamente cada etapa de nossa existência, e é com um enorme prazer e uma saudade imensa que lembro.

Com certeza absoluta, apesar de todo o conforto de hoje, nossa infância de tanta carência era, de fato, um tesouro que ficaria perdido para sempre. Nada conseguiria recompor do que passou. Hoje sou como um casebre em ruínas, cheio de histórias e de fantasmas, sempre que me vem à memória o mundo de uma alegria sem fim que vivi no nosso querido bairro do São José, que agora não passa de uma história.



10 comentários:

Anônimo disse...

Amigo/irmão Jobão,
Você é aquela pessoa que sempre sente saudades do passado e nunca esquece daquilo e daquele que amou.
Valoriza nosso passado relembrando acontecimentos que ficaram marcados pela beleza de nossa época, não usando "meu tempo", e sim "nosso tempo", isso mostra que dividir as alegrias com seus amigos é ser feliz...e fazer eles também felizes.
Obrigado meu Deus por você existir, fica aqui mais lembranças desse nosso tempo inesquecível marcado por uma saudade, que as vezes faz bem ao coração..assim vc sempre diz... nunca perca esse hábito de nos presentear com estas postagens, que de forma pessoal. sempre as leio com profunda emoção..são momentos lindos!

Jonas didi...seu amigo de fé camarada e de tantas jornadas... forte abraço.

gledesmelo@hotmail.com disse...

Na primeira foto, onde aparecem as garçonetes da Festa da Guia, reconheci minha madrinha, Anita Maciel, que hoje mora em São Paulo, com a filha Magui! Saudades.

Luciano Pereira dos Reis disse...

Prezado Jobedis
Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-lo por este excelente trabalho, estas imagens são relmente fantásticas.... e esta iniciativa é sem dúvida merecedora de infinitos elogios...
Em segundo lugar, gostaria de me apresentar, sou funcionário da uma Prefeitura, sou assessor legislativo na Secretaria de esportes fiquei incumbido de abastecer o site de nosso município com as informações de nossa terra, mas como apaixonado pela nossa história reservei um pequeno espaço para divulgação de fotos antigas de times de futebol e dos nossos antepassados e sei que vc tem várias historias e causos do esporte e que poderiam contribuir com este meu trabalho que estou apenas iniciando mas que para mim é muito ratificante...
Se fosse possível gostaria que vc me autorizasse a publicar em nosso site algumas destas histórias engraçadas que para nós são de grande valia.

Carlos Cristóvão Medeiros disse...

Prezado amigo Jobdeis
Tomei conhecimento do site através de um cliente que estava pesquisando pela internet.
Eu nasci e cresci Campina Grande até 1977, no final deste ano eu saí do município e comecei a me aventurar pelo mundo
Hoje sou formado em turismo pela PUC/RS, sou guia de turismo credenciado pelo Ministério do Turismo e Agente de Viagens, trabalho aqui em Porto Alegre e sempre que posso retorno a Campina Grande em junho para o Maior São João do Mundo com grupos de Turistas. Este trabalho que vc está fazendo é de extrema importância para resgatar a memória esportiva de nosso cidade e fortalecer sua identidade.
Fiquei feliz também em ver as fotos de alguns times e jogadores. Parabens seu Blog é inédito no Brasil sobre o amadorismo

Anônimo disse...

Jobedis
Estou maravilhada e sempre que entro no seu site viajo no tempo e lembro muito minha infância. Meus pais eram de Campina Grande, tenho três irmãs que nasceram e moraram algum tempo no bairro do São José, eu já nasci aqui no RS, mas as estórias da minha infância são todas daí, meus avós moravam na Rua do Fogo na Estação ele era conhecido como Pedro Polaco. Tenho diversas fotos antigas dos meus avós e dos meus pais, no verão irei pra João Pessoa e Campina Grande, passo aí para levar as fotos, acho que escaneadas não ficam bem. O endereço peguei no site. Abraços e obrigada por promover um momento tão especial pra todos que navegam na internet. Atenciosamente,

Lucimar Semler Ribeiro

.Maria Salete Guimarães disse...

Não poderia deixar de registrar meu depoimento, diante de uma obra grandiosa como esta, pois também faço parte desta história, como da história de muita gente que nasceu, viveu e vive nesta cidade.
Histórias de lutas e sofrimentos, mas também de muitas conquistas e vitórias.
Graças a vc meu amigo Jobedis esta história foi resgatada e catalogada, e passará por muitas gerações.pois foi neste bairro abençoado e ao Gripo Escolar Clementino Procópio que aprendemos o B, A, BÀ de nossas vidas.
Parabens , e que Deus te ilumine sempre para que possa continuar com este trabalho maravilhoso....

Álvaro Cardoso.Vasconcelos disse...

Tudo bem meu amigo? O Museu do Esporte de Campina Grande está muito bonito.
Tem que tirar o chapeú para a tua iniciativa .É coisa muito rara nos dias de hoje, onde "tudo que é solido se desmancha no ar", o zelo e o cuidado com a tradição que o site demonstra. Tu eque edita pesquisae homenageias, organiza e alimentam o site presta um serviço inestimávelà comunidade, à história, e às relações humanas em geral. Aproveito também (com muito atraso), para agradecer o esforço que fizestes de contar um pouco a história de um grande amigo meu o Tom, iniciativa louvável, típica dos " amigos de fé" e de pessoas muito sensíveis. O mais bonito nisso tudo (mas não surpreendente, para quem te conhece) é que não há na iniciativa qualquer interesse financeiro, político ou de projeção pessoal. PARABÉNS GRANDE ZAGUEIRO DO GIGANTÃO DA PRATA.
És um sujeito admirável. Se te ADIMRAVA ANTES COM GRANDE ATLETA Desde a infância, dobrei a minha admiração nos últimos tempos.

Forte abraço. Álvaro Cardoso vASCONCELOS.

Anônimo disse...

Bairro do São José,privilegiado,já nasceu próximo ao centro de Campina Grande,detentor de um açude (Novo), cinema(S.José),hospital (Ipase),campos de peladas:Parque Infantil,Sesi , Perua e Coqueiros de Zé Rodrigues e o pavilhão do Clementino Procópio onde nasceu vários craques de futebol.E as musas;Helena (Grega),Gledes,Aída(de "seu" Bartolomeu) que embevecia a todos adolescentes daquela época.A festa da Padroeira e seu pavilhão com a rainha Socorro Davi, tia do "Sombra"(Vicente) a tudo isso vivenciei.Sortudo os que fizeram parte dessa história.Época imensurável de alegria e bem estar.Os amigos elencados que permanecem até os dias de hoje, exceção aos que "subiram" mais cedo.
Jóbedis, você tem se superado nas postagem desse blog, o "feedback" acima emocionou e muito aos que fizeram parte desse bairro glorioso.
Parabéns pela sensibilidade no resgate ao nosso São José.
Vadinho

Marcílio Soares disse...

Bairro do SÃO JOSÉ de muitas tradicições, apesar de não ser deste conjunto habitacional tão famoso, mas considero uma especie de meu segundo Bairro, pois fui frequentador assíduo, no que pude desfrutar das boas amizades, das paqueras e namoros (nas festinhas de rua), dos esportes e das memoráveis matança de Judas, ás sextas feiras da Semana Santa (eita. . . que era bom demais). Um povo muito alegre, criativo, com uma presença de espírito sem igual, com suas respostas imediatas, e divertido quando falam de suas histórias e causos, aliado a tudo isso, aparecem alguns personagens folclóricos em suas tradições expressas nos contos que são de bom humor. Eu me congratulo pelo êxito histórico do Bairro do SÃO JOSÉ tem à Campina Grande e por sua gente tão maravilhosa.

Glauco Kardec disse...

Jobâo:

Foi tudo realmente,lindo e mararavilhoso.O
tempo o passou depressa; mas tudo ficou nos
nossos corações e mentes.
Esses depoimentos,memòrias,emoçóes,felicidades e magia que vc nos proporciona,alèm de um enorme acervo de fotos que retrata uma verdadeira preciosidade e reliquias do nosso esplendoroso bairro(já contextualizado por Jobedis e comentados pelos blogueiros e moradores).
O que serìamos de nòs sem os campos de peladas ,quadras do TREZE E AABB, do CLEMENTINO PRÒCOPIO,INSTITUTO SÃO JUDAS TADEU;CINEMA S.JOSÈ,DAS BENGALADAS DE D. IVETE,DO DOMINÓ NA CASA DE EUCLIDES E DO NOSSO EVERTON.
O SAO JOSÉ sem duvìda faz parte da história, politica,economica, esportiva,social e musical da cidade. TRADUZINDO:SUCESSO.......
OBRIGADO PELO RESGATE DO BAIRRO E ESPERAMOS A TERCEIRA PARTE.

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