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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

CANTINHO DA SAUDADE - ADALBERTO LIMA


POR: JOBEDIS MAGNO DE BRITO NEVES



O futebol paraibano, porque não dizer brasileiro, perdeu neste sábado a figura folclórica do massagista Adalberto Lima, que morreu aos 62 anos de idade, em Campina Grande, por insuficiência respiratória. Depois de trabalhar em grandes clubes do futebol nacional, como Flamengo e Fluminense, Lima chegou à Paraíba na década de 70, onde passou por Campinense, Treze, Botafogo-PB e Auto Esporte.
Desde 2010, ele lutava contra as sequelas de um Acidente Vascular Cerebral, que comprometeu a sua saúde. O sepultamento aconteceu na manhã deste domingo, no cemitério do bairro José Pinheiro, em Campina Grande, com a presença de familiares, dirigentes, torcedores e amigos.

Em seus mais de 40 anos de profissão, Adalberto Lima,  que nasceu em Recife, ganhou notoriedade pela maneira extrovertida de trabalhar e pelas 'macumbas' que costumava fazer antes de jogos importantes, principalmente em clássicos envolvendo Campinense, Treze e Botafogo. 


A cada partida, ele também chamava a atenção quando saía em disparada carregando a bolsa de massagens para socorrer um jogador. Além dos principais clubes paraibanos, o ex-massagista colecionou vários titulos por onde passou: Central-PE, ASA-AL, CRB-AL, Potiguar-RN, Alecrim-RN, Vitória-BA, Bahia-BA, Flamengo-RJ, Fluminense-RJ, e tantos outros.
Sem condições de trabalhar por causa da doença,  Lima vinha recebendo ajuda de amigos para sobreviver, caso do ex-jogador Luizinho Bola Cheia, e também de pessoas ligadas ao Campinense e ao Treze. 

Fonte: http://globoesporte.globo.com/pb/noticia/2012/09/corpo-do-folclorico-massagista-lima-e-sepultado-em-campina-grande.html


O Museu do Esporte ja tinha feito uma homenagem ao grande  massagista em tempos atrás confiram:
Adalberto Lima - Atuava como uma espécie de animador de torcida. Lima protagonizava uma corrida que era um número a parte no decorrer da partida. Chamava a atenção quando saía em disparada carregando a bolsa de massagens para socorrer um jogador, um velocista. Também é criação sua acender um rastilho de pólvora na boca do túnel anunciando que o time estava subindo para o gramado. Ele saía, gesticulava para a torcida ficar de pé e aumentar o volume da batucada. Quando atendia algum jogador nas laterais, ficava soltando gracinhas e a provocar os adversários.


                               CAMPINENSE DE FUTEBOL DE SALÃO


Se na década de 70 os times da Paraiba tiveram grandes times, também teve um grande massagista. Quem não se lembra de Adalberto Lima, ou simplesmente “Lima” que foi um dos precursores na profissão de massagista no futebol a ser folclórico e também um dos pioneiros em usar “as forças do além” em benefício do clube que atuasse como massagista. Não se pensava em título ou uma partida importante antes de "consultá-lo". Havia sempre uma mandinga.

Lima no seu tempo de massagista aqui na nossa cidade não passava despercebido. Apesar de que os ídolos num time de futebol são os jogadores. Isto era uma realidade que se passava em todos os clubes de futebol, muito embora os massagistas tem fundamental importância na recuperação dos jogadores, quando eles estão entregues no Departamento Médico. Com Lima em campo era uma atração a mais ao espetáculo.

Histórias folclóricas marcaram a vida do Adalberto Lima

Folclórico, algumas de suas histórias viraram lendas. A maior delas aconteceu na final  de um torneio contra o Treze. Contam que um dia o outro folclórico Sabará  foi contratado para dirigir o time do Campinense depois de ter passado pelo time do Raposinha. A primeira providência que tomou depois de conhecer o elenco foi chamar o massagista “presepeiro” Adalberto Lima e disse a ele o seguinte:

- Lima nos dias de jogo compre pólvora e velas pretas para a gente acender no inicio das partidas. O massagista tomou um susto e perguntou:

- O que, Sabará?

É, Lima , você entendeu perfeitamente: compre e acenda nos dias de jogos que tem jogador do outro lado que tem medo de catimbó! E foi assim todos os jogos da Raposa Lima acendia a pólvora para delírios da galera do Campinense e vaias da torcida do Treze.


No dia do Jogo Lima foi até no centro do gramado do Amigão, e lá teria “amarrado o Treze”. Na entrada do seu time ele queimou a pólvora para espantar e enganar os jogadores adversários. No campo, as duas equipes empataram. Nos pênaltis, o time do Treze perdeu todos e o time de Campinense foi campeão conforme vídeo abaixo:


Lima como era e ainda é conhecido se tornou um personagem folclórico nas competições esportivas da Paraíba e de alguns estados do Nordeste. Atuando como uma espécie de animador de torcidas. O baiano virou marca registrada em eventos do futebol de campo e de salão em nossa cidade. Irreverente e dono de um estilo inconfundível, Lima já viveu as mais variadas situações na profissão.

Entre títulos e limitações

Lima colecionou títulos por onde passou, como o Treze, Campinense, Botafogo, Serrano, Vila Branca, Auto Esporte, Central-PE, ASA-AL, CRB-AL, Portiguar-RN, Alecrim-RN, Vitória-BA, Bahia-BA, Flamengo-RJ, Fluminense-RJ, no futebol de salão era o massagista do Campinense e foi um dos que receberam a faixa de campeão do time do Palmeiras de São Paulo e foi campeão de outros campeonatos pelo time cartola, conforme fotos abaixo:


Entrega de faixas




 Recortes de jornais com os titulos de futebol de salão


Time Titular do Campinense Bi Campeão
Na Foto: Giotto, Cho. Jobedis e Ze Santos (Supervisor)
Adalberto Lima, Nego Gilson e Marcilio Soares

Nas peladas foi massagista também do time da seleção universitária da Furne nos jogos Universitário, conforme foto abaixo: 


Só no Paraibano foram nove conquistas, somadas às cariocas, baianas, alagoanas e potiguares. Mas o tempo foi passando e o futebol ficando para trás. Sem receber outras oportunidades pelos clubes em que serviu, ele viu sua chance quando chegou ao Qatar.

Mas o sonho durou pouco, apenas três meses, era o primeiro alerta que a saúde não ia bem. A alta da diabetes fez com que ele voltasse a Campina Grande e tentasse recomeçar. Com as portas fechadas no futebol profissional, o massagista parou em uma empresa de ônibus e tentava se reerguer também fazendo atendimentos de massagem.

Sem enxergar bem, teve que parar de trabalhar como cobrador, pois já não passava mais os trocos corretos. "Eu fui piorando, mas queria ainda trabalhar. Fui parar em Garanhuns, cidade do Agreste de Pernambuco,foi quando sofri o AVC. Sem dinheiro, sem trabalho, sem conseguir reunir todos os documentos para conseguir me aposentar pelo INSS, estou vivendo da ajuda de amigos", contou.

E essa ajuda é o que tem mantido Lima de pé. Amigos como o ex-jogador Luizinho Bola Cheia (conforme foto com o Lima), várias pessoas ligadas ao Campinense e ao Treze, políticos de Campina Grande e até populares que se sensibilizam com a história dele contribuem com quantias que são anotadas em um 'livrinho de ouro'. "Se não fosse o Luizinho, eu não tinha conseguido ir ao Rio pegar uns documentos. Ele que pagou as passagens. Tenho amigos médicos que me dão os remédios. Recebo uma cesta básica e não tenho vergonha de dizer. Só quero me aposentar para voltar a ter uma vida digna", acrescentou.

Pai de quatro filhos, o massagista hoje vive sozinho em um apartamento alugado em frente à rodoviária velha. Quem cuida dele é a sua ex-mulher, Terezinha de Jesus Solino, que mesmo sem viver conjugalmente, regula os horários de remédios e as tarefas de casa. Depois de quatro décadas de serviços ao futebol, Lima prova o outro lado da bola que acomete boa parte dos ídolos do passado: o esquecimento. 

Futebol: A arte de um nômade II, é o título da obra que faz parte da tese de doutorado de Luizinho. Nela, estão relatos acerca de sua carreira como futebolista e professor. Também dando destaque a fatos pessoais, Luizinho faz um retrato tragicômico do futebol da Paraíba, além de contar fatos que marcaram a sua carreira.

Além de ter o prazer de lançar sua obra mais nova, Luizinho irá aproveitar a ocasião para ajudar um grande amigo que fez a partir do mundo da bola. Lima, ex-massagista de vários times do Nordeste, incluindo vários da Paraíba como Treze, Campinense, Botafogo e Auto Esporte, que após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) vem passando por muitas dificuldades financeiras e de saúde. O ex-jogador irá destinar o valor de todas as obras vendidas ao companheiro com forma de ajuda neste momento delicado.

"São quase 40 anos de amizade, e eu não posso ver meu amigo passando por dificuldades e ficar sem fazer nada. Nós já conseguimos reunir muitos documentos para que ele possa se aposentar, mas as dificuldade ainda são grandes. Eu tenho certeza que nossos amigos lá de Salvador irão ajudar muito Lima. Ele já me fez muita coisa boa e está na hora de retribuir", disse Luizinho.

Os dois velhos amigos estarão partindo de Campina Grande com destino as terras baianas na terça-feira da semana que vem. Lima, que não poupa elogios e agradecimentos a Luizinho por mais uma vez estar oferecendo uma grande ajuda, disse que tem encontrado um grande suporte para superar essa fase difícil por que esta passando. "Como eu não tenho mais condições de trabalhar, o Luizinho tem me ajudado muito. Quando a gente fica doente, aí vem os verdadeiros amigos que ficam próximos da gente", acrescentou Lima. 

OUTRAS FOTOS DO lIMA COMO MASSAGISTA:











3 comentários:

Anônimo disse...

Puxa vida, há poucos dias estava eu aqui prestando uma homenagem ao amigo Lima.
Hoje ao abrir a caixa de mens...vejo esta notícia onde a tristeza toma conta dos amigos.
Aqui estou para externar minhas sinceras condolências a família enlutada, pelo fato ocorrido, que Deus o tenha num bom lugar, fica uma lembrança dessa pessoa marcante em nosso meio esportivo...

Jonas didi

Anônimo disse...

TIVE O PRAZER DE SER ASSISTIDO POR LIMA NO GAVIÃO DA SERRA QUE POR SINAL JOBEDIS NÃO SE LEMBROU DE MAIS UM TIME QUE LIMA TRABALHOU, APESAR DE SÓ TER TRABALHADO UM ANO QUANDO FOI VICE-CAMPEÃO CONTRA O BOTAFOGO ROUBADO AQUI EM JOÃO PESSOA, QUE DEUS O TENHA E MEUS PESAMES A SUA FAMILIA, UM ABRAÇO DO AMIGO ESPEDITO VILAR!

Soahd disse...

Foi uma lenda no futebol, um assessor, um animador, e teve seu valor, pois nao eh comum pessoas externas em formação de foto de time, mas ele era o camisa 12 do time, pricipalmente do Campinense clube..

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