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domingo, 8 de julho de 2012

O JOGADOR PIPOQUEIRO E OS CARNICEIROS

POR: JOBEDIS MAGNO DE BRITO NEVES



  
 Em algumas homenagens que fiz aqui no museu falei de diversos grandes jogadores que se destacaram no esporte amador de Campina Grande do passado e não falei de jogadores de fama de pipoqueiro, que fugiam de alguns jogos,  especialmente se do outro lado tivesse um jogador de fama de “brabo ou carniceiro” ou uma torcida vibrante principalmente. Porém, gostaria de aprofundar um pouco mais no tema “pipoqueiro”.

No meu entender, o jogador pipoqueiro era  aquele que se escondia  do jogo.  Era o jogador medroso, que evitava os  lances duros para não se machucar. Era o jogador tipo armandinho que fugia da área adversária, jogando sempre recuado que não tinha coragem de enfrentar os  jogadores  arranca toco (jogador de futebol que não tinha  habilidade e na pelada tinha muitos) ou aquele jogador chamado de carrapato ( o jogador de defesa que “grudava” no adversário, marcando-o de perto e não se afastando dele um instante sequer.

Tinha “jogueiro” que conheci que tinha medo também de jogar contra o tipo de jogador  catimbeiro  ou seja aquele  jogador que fazia  catimba, ou seja, empregava  recursos pouco esportivos para zuar  o adversário e tumultuar a partida.

Conheci  (mas não citarei os nomes)  alguns jogadores que não participava  no momento em que se mais precisava  dele, ou então, possui somente lampejos em momentos não-cruciais para o clube.

Na opinião de outras pessoas o jogador já demonstrava  antes de um jogo quem era os atletas do outro time que iam jogar para inventar alguma doença para não jogar ou se jogasse ficava se escondendo do jogo. Temos outros exemplos que a meu ver beiravam o absurdo naquela época que não jogavam de jeito nenhum contra alguns zagueiros “brabos”  de nossa pelada e eram uns  grandes amarelões.

A questão é polêmica. Ao longo das décadas, o futebol mudou muito, deixando de lado a técnica e priorizando, cada vez mais, o lado físico do jogo. Com isso, o esporte se tornou cada vez mais de contato e, naturalmente, as jogadas violentas aumentaram, pelo menos desde a década de 1970. Assim como os atletas brutos  apareceram ainda mais.

E a memória do torcedor não perdoa. Pergunte para alguém quais são os jogadores mais violentos que ele já viu e a lista será enorme. O Museu do Esporte, então, selecionará 11 para formar uma indesejável seleção. Protejam-se antes, e mandem seus comentários.


2 comentários:

Anônimo disse...

É amigo Jobão, realmente a "questão é polêmica".
De forma pessoal, devo aqui desabafar que fui vítima (até pela posição que jogava, ponta-esquerda), de muitas jogadas violentas, mas também fui muito violento...com meus dribles e ameaços de vai mais num vai e foi mais voltou, dei muita canseira em muitos laterais, quem estava no campo da Ipelsa, não tem como esquecer...Martinho me passa a bola, eu vou pra cima do lateral, dou um drible tão grande nele que ele caí, ele mesmo caído, eu volto e dou um tremendo "banho de cuia", corro o faço o gol, querem mais...pergunte a Zé Iacoíno, que riu tanto, que não conseguiu ir me abraçar na comemoração do gol, Dedé irmão de Raul, toda vez que ver aí, vai logo comentando este lance.

Jonas didi, abs...

Artur Lelis disse...

Pelo que assisti nas quadras o autor deste museu o Jobedis foi o jogador que construiu uma carreira tecnicamente irrepreensível. E ainda ficou, para sempre, no imaginário da torcida dos times que jogou como símbolo da raça. Foi ídolo das torcidas por encarnar o espírito de lutador e raçudo. Era o contraponto num time de virtuoses que tinha Gioto, Nego Gilson e Marcilio Soares. Lembrava mais o estilo dos raçudos. O Jobao era tambem um jogador de futebol refinado quando queria, mas destacou-se pela força física, pelo jogo simples e objetivo e pela facilidade com que subia ao ataque, algo incomum entre os zagueiros centrais de sua geração. Nessas ocasiões ele deslocava-se para receber os passes dos outros jogadores e porisso fazia muitos gols. Jogava duro, mas sendo leal. Na disputa frontal, ele era um terror para os atacante rivais e muitos pipocavam quando iam encarar o Jobão. Ele construiu uma carreira tecnicamente irrepreensível. E ainda ficou, para sempre, no imaginário como um dos jogadores mais CARNICEIROS de nossa cidade.

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