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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

FIGURAS DE CAMPINA GRANDE - SABARÁ

POR: JOBEDIS MAGNO DE BRITO NEVES


Quem vê hoje este senhor de idade já avançada, cabelos e sobrancelhas brancas, sentado num banco no Calçadão da Cardoso Vieira aqui em nossa cidade, não é capaz de imaginar que se trata de um ex-jogador de futebol dos mais folclóricos e engraçados que já pintou nos gramados do futebol da Paraíba. Adora ser reconhecido por torcedores mais velhos e, sempre com sua “simplicidade e sua cancha”.

Se eu perguntasse aos antigos desportistas da cidade quem é José Cosme, provavelmente não saberiam me dizer quem é esta pessoa. Mas se eu perguntasse quem é Sabará com certeza a resposta seria positiva. Figura conhecidíssima em Campina Grande, principalmente nos seus domínios, o Calçadão da Cardoso Vieira ou nos campos de futebol. Talvez poucos saibam seu nome verdadeiro. 

A discutida figura de Sabará sempre chamou a atenção. Fosse pelos trejeitos em campo, numa clara e assumida imitação do antigo ídolo do Vasco da Gama do Rio (apesar de ser Flamenguista roxo), fosse pela incontestável capacidade como jogador de futebol. Esse Sertanejo de Pombal chegou rápido ao quadro de Jogadores do antigo Paulistano. Com ele, trouxe um currículo carregado de controvérsias e lendas.

Com seu jeitão boêmio, típico de carioca e gingado de malandro, Sabará por incrível que pareça é de Pombal. O apelido do ex-jogador do Vasco da Gama  pegou tão forte que poucas pessoas conseguem lembrar o seu verdadeiro nome, e nenhuma se lembra do seu sobrenome. De espírito brincalhão, sempre aprontando das suas, não perdia a oportunidade de fazer uma piada ou pregar uma boa peça. Ainda hoje é uma figura folclórica em Campina Grande e em outras cidades onde ficou conhecido em décadas passadas: muito esperto e sempre com uma tirada fantástica para sair dos apuros. 

Sabará construiria em torno de si um rico repertório de histórias folclóricas e uma sucessão de piadas e lendas. Segundo contam, Sabará seria no fundo uma espécie de  “comediante” dos clubes em que jogou habituado a divertir os corredores das concentrações onde contava piadas engraçadas. Nos ônibus, nos hotéis e nos vestiários. Alegre e boêmio, apreciador de uma cervejinha, preferia gozar seus pequenos prazeres a levar a sério a sua profissão. Jogou vários anos no futebol profissional. 

Ele era um jogador de muita categoria, sua versatilidade servia como opções para os treinadores. Jogou na meia direita,  no meio campo, de centro avante e de quarto zagueiro. Tinha um toque de classe e categoria.  Em campo, pouco corria. Chute rasante, certeiro e mortal. Exímio controlador de bola. Passe perfeito. Criativo e de reflexos rápidos, possuía a capacidade de antever a seqüência de um lance à frente dos adversários e assim executar as jogadas mais imprevisíveis do seu imenso repertório. De quebra, ainda fazia gol às pampas. Decidiu jogos marcando gols de faltas e de pênaltis. Era muito habilidoso e pouco chegado a trombadas com os zagueiros.  Entretanto, jogava futebol apenas por divertimento. Sua principal preocupação era ganhar alguns trocados para fazer uma coisa que gostava muito – namorar e viver na boemia. 

O ex-jogador e treinador é um dos folclóricos personagens das ruas de Campina Grande que merecia ser lembrados aqui em Museu Virtual do Esporte CG. Trata-se de mais uma dessas figuras engraçadas que muita gente pensa só existir em outras cidades. É um tipo gozador, dono de uma voz cheias de gírias e inquisitiva. Só pela conversa você percebe que se trata de uma figura. É impossível curtir os bate papos nas esquinas e praças, rever os bons amigos, relembrar os velhos tempos sem que venham à lembrança as histórias engraçadas do nosso amigo.

O nosso personagem, talvez seja o maior contador de causos, historias e anedotas  que Campina Grande esportiva  já conheceu. Segundo ele, todas elas eram verdadeiras e poderiam ser comprovadas: “Pode perguntar fulano de tal  – argumentava ele, quando alguém ousasse imaginar que a estória não era verdadeira. De todas que ele contava – e olhem que eu tive  oportunidade de ouvir muitas, a de que eu mais gostava  foi a da viagem para Itaporanga que ele disse e que eu fui testemunha junto com vários amigos, lá pelos sertões da Paraíba que citarei depois neste espaço.

Eu tive uma oportunidade fantástica na vida: a ter nascido no bairro do São José e sempre tive a certeza que nasci numa época memorável, pois tive a oportunidade de não somente conhecer mais também conviver, conversar e ser amigo dos moradores mais tradicionais da nossa comunidade (entre eles o nosso personagem – Sabará). No Bar Cristal de Wamberto Pinto Rocha ou no banco da Praça do Trabalho, todos os dias estavam por lá os verdadeiros catedráticos da história do bairro, e os artista da bola contando suas estórias ou simplesmente jogando conversas fora.

Sua perna torta ainda tem  marcas de chuteiras, daquelas chuteiras antigas com travas de prego, mas imaginava que as pernas dos adversários devem ter ficado ainda mais lanhadas. Sabará era atacante e não gostava de levar desaforo para casa e não abria. Depois que parou de correr atrás da bola, transformou-se num crítico implacável.

A julgar pelas reminiscências dos antigos amigos mais próximos, Sabará viveu de maneira extravagante e excêntrica, misturando o talento para o futebol com uma vida cheia de passagens folclóricas. Existiram muitos fatos pitorescos à sua lenda pessoal.

Sabará, ainda tem muitos amigos e histórias para contar. Umas publicáveis, outras que prefere deixar ficar só entre os amigos.  Quem conversa com ele não o adivinha. Gosta de contar histórias, é polêmico e de meter mais histórias no meio da cada uma. Sabará divertia os colegas com suas piadas e, principalmente, com seus causos, contados com o seu autêntico sotaque de paraibano do interior. Todos faziam silêncio para rir dos seus relatos. Curiosamente, o que durava em torno de 10 minutos era o preferido e, mesmo repetido diversas vezes a pedido dos jogadores, sempre ríamos como se fosse à primeira vez. 

Alguns duvidam até da veracidade de alguns causos, mas, na maioria das vezes, os protagonistas estão aí para dizer se aconteceu ou não. É claro que como todo contador de história, fantasia um pouquinho para que ela fique assim mais curiosa e divertida. 

Sabará era e ainda é um dos personagens mais pitoresco que circula até hoje no centro de nossa cidade. 

Algumas fotos do nosso personagem como atleta e cidadão.








Sabara no Gremio


                                                              com amigos




                                         
                                            Com Lamir, Simplicio, Alexandre e Marcos Soares
                                                               

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10 comentários:

Jonas Oliveira disse...

Realmente Sabará é um grande figura. Foi meu técnico quando joguei no raposinha. Grande abraço. Jonas.

Lambreta disse...

Barà(para os ìntimos),grande conhecedor de futebol e que nunca foi reconhecido e aproveiitado pelos dirigentes locais. Grande contador de casos (um bom papo). Sò tem um defeito, ser flamenguista(ninguem è perfeito).

Anônimo disse...

Zé Cosme(Bará),o filho de dona Ana do Ipase.Jogamos juntos no Everton e no Grêmio do Bacião.Fizemos uma viagem à Itapoganga que me ficou na memória até os dias de hoje.Divertido,polêmico e irreverente.Uma figura ímpar de nossa convivência.Bará,valeu por tudo!
Abraços.

Vadinho

Pitu disse...

Velho Sabará :

Ele não é Raposeiro,torce contra o Treze.

Jose orlando disse...

Essa semana me lembrei do Sabará.Faltava conversar com vc a respeito.Homenagem justa.
Vc deve tambem lembrar do velho RAUL?Merece uma homenagem ou não?

Marcos Soares disse...

Sabará não é uma "figura de Campina Grande", e sim, uma "lenda".
Lembro, quando criança, ele passava diariamente na Rua 13 de Maio, juntamente com Diniz, ex-jogador, fazendo "cancha". Era um desfile onde os moradores dali se deliciavam quando os dois passavam com um jeito diferente de andar.
No futebol, indiscutivelmente, teve uma uma brilhante passagem , deixando sua marca registrada.
Embora irreverente, é amigo e sincero, alegre e de boa índole.
Meu orgulho por acima ter duas fotos de minha autoria: a do Grêmio e a do Calçadão.
Abraço fraterno Sabará.
Parabéns Jóbedis por mais um registro.
Marcos Soares

Anônimo disse...

Justísima homenagem!
O Velho Bará jogava mesmo muita bola e fazia a redonda andar por onde ele queria.
Além de engraçado, irreverente.
Outro dia estava querendo vender o fusquinha que já tinha dado tudo e mais um pouco, quando um pretenso comprador começou a botar defeito e ele foi se enchendo. Até que o chato de galocha perguntou: - Sabará o motor dele não tá roncando não?
E Bará, com a calma de "Seu Lunga":
Eu não sei não, porque eu durmo lá dentro e ele aqui fora. Mas, esta noite eu vou dormir com ele e amanhã eu lhe digo.

Outra vez, no bar que tinha no Catolé, manhã de domingo, bar cheio, sua esposa Ivanise na cozinha, os meninos dele servindo aos fregueses e ele sentado, tomando uma cerveja e só gritando com os meninos pra se apressarem. Aí Ivanise pegou ar e gritou de lá: Tu fica só na boa e ainda fica reclamando! E ele: É pra vocês verem a falta que eu vou fazer quando morrer.

Situações como estas Sabará tem que dá pra escrever vários livros, sem contar com as que ele lembre sobre outros amigos e parceiros.

Um grande abraço, Negão.
Tom.

Jeverson Cavalcanti Primo disse...

Sou natural de Campina Grande e atualmente moro no Canadá na fria Toronto, já fazem trinta e um anos que moro aqui mais não esqueço de minha terra e muito menos do nosso futebol e dos grandes jogadores.

Venho por meio deste lhe dar os parabéns por este trabalho EXTRAORDINÁRIO que é este site com a história dos grandes jogadores de futebol de pelada do passado de minha querida cidade, foi uma emoção indescritivel quando por um acaso eu achei este site foi como voltar no tempo e me ver nos estadios de nossa cidade.

Eu não tenho palavras para te agradecer por este trabalho que você postou de forma tão brilhante na internetque tenho certeza que da forma como me fez matar as saudades, tenho certeza que tentos outros campinenses também já sentiram ou vão sentir quando se deparar com este trabalho espetacular que você proporcionou para todos os campinenses espalhados por este mundo afora.

Uma sugestão para o site seria uma homenagem póstuma a um grande craque Marquinho Góis que jogou nos times do bairro do São Jose no Campinense os mais antigos devem lembrar eu era muito pequeno quando o vi jogar mais ficou gravado em minha mente ele jogando pelo Campinense aplicando um chapéu em cima de um atacante, foi um jogador espetacular

Meu caro Jobedis

Um grande abraço, obrigado e parabéns

Jeverson Cavalcanti Primo

Anônimo disse...

Amigo Jóbedis,

Uma justa homenagem esxta que vc faz ao querido Sabará. Com jeito brincalhão, cheio de piadas e espirituoso, Sabará, no entanto, é uma das pessoas mais sinceras. amigas e verdadeiras que já conhecí. Um amigo como poucos e a quem o futebol de Campina Grande deve muito. parabéns para vc pela homenagem, repito, e um forte abraço ao amigo Sabará.

Gilson Souto Maior - jornalista
JOÃO PESSOAS, 03.02,2012

Anônimo disse...

Quem teve a felicidade de conviver com esta grande figura, viaja no tempo e ver tantas histórias para serem contadas, vejo já aqui nos comentários algumas que já conheço e de outras que ao lembrar dou aqui sózinho risadas.
Bará grande amigo, minha maior passagem ao seu lado, foi no tempo do Raposinha, e ainda hoje me lembro da sua humildade a chamar o técnico Zé Preto antes de uma partida contra o Trezinho no Plínio Lemos para dar uma preleção de incentivo a todos nós, vc alí aprendeu e nos ensinou, sou grato meu grande amigo, pena que tive que vir morar aqui, mas poderia ter acompanhado o crescimento profissional de vários colegas que vieram a ser efetivados para o time de cima, tais como: Porto (na época Ciquilho), Sheel e outros que no momento a minha mémoria esqueçe, mas nunca esquecerei a tua maneira espirituosa,alegre a amiga, como disse a amigo Vadinho...BARÁ, VALEU POR TUDO!
"cuidado no palito na ponta na boca ao sair do restaurante", kkkkkkkkkkkkkkkkkk, sei muito bem o quanto vc tinha, ou melhor tem raiva disso, amigo é assim..saudades, mas nunca o esquecimento, forte abraço, JONAS DIDI

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